Seminário no Rio discute os rumos da luta anti-racismo
A última sexta-feira, 13 de abril, contrariando os supersticiosos de plantão, foi muito positiva para os passos futuros dos comunistas no debate sobre a luta contra o racismo em nosso país.
Publicado 17/04/2012 15:48

Numa iniciativa compartilhada entre as Secretarias de Luta Anti-racismo dos Comitês Estadual e Municipal Rio de Janeiro do PCdoB/RJ e com a parceria da Seção Estadual da Fundação Mauricio Grabois, foi realizado, no auditório do Conselho Estadual de Medicina do Rio de Janeiro (CREMERJ), o 2º Seminário de Luta Anti-racismo do PCdoB/RJ.
Estiveram presentes cerca de 70 camaradas. A mesa de abertura teve a participação das camaradas Ana Rocha (presidente do Comitê Estadual), que apresentou um relato sobre a trajetória dos 90 anos do PCdoB, e Olivia Santana (vereadora em Salvador, Bahia, e Coordenadora Nacional de Combate ao Racismo do Comitê Central), que expôs as linhas que norteiam o pensamento dos comunistas sobre o racismo, que em nosso país é um dos pilares estruturais que sustentam a dominação capitalista, concluindo que o combate ao racismo é uma luta estratégica e portanto, tarefa de todos os comunistas e não apenas dos militantes da frente anti-racista.
Ao longo do dia as demais mesas contaram com a participação de Dilceia Quintela (secretária da Mulher do Comitê Estadual), Conceição d'Lissá (secretária de Combate ao Racismo do Comitê Municipal de Duque de Caxias) e de José Carlos Ruy (editor do jornal A Classe Operária e organizador do livro Um Olhar Negro sobre o Brasil), que discorreram sobre a emancipação a partir do seio da família, a divisão patriarcal do trabalho, a questão da identidade quer de gênero, etnia e religião, além do papel da educação na luta anti-racista e pela democracia.
A reunião contou com a presença de camaradas de diversos municípios: Rio de Janeiro, Niterói, Duque de Caxias, Nova Iguaçu, Volta Redonda, São Gonçalo, Campos. Destacamos ainda, dentre outras, a participação dos camaradas Jandira Feghali (deputada federal), João Batista Lemos (vice-presidente do Comitê Estadual), Uirtz Sérvulo (secretário estadual de Organização), Sonia Latgé (presidente do Comitê do PCdoB do município do Rio de Janeiro), Fernando Cid (vereador e presidente do Comitê de Nova Iguaçu), Fernando Nogueira (secretário sindical estadual), João Carlos de Carvalho (secretário estadual de Movimentos Sociais), Paulo Cesar – PC (secretário de Movimentos Sociais da capital), Marcos Costa (secretário estadual de Formação), Wevergton Brito Lima (chefe de gabinete do vereador Roberto Monteiro), Giancarlo Gonçalves (Movimento de Religiosidade Afro-brasileira do PCdoB/RJ), dos coordenadores estaduais da UNEGRO/RJ, Antonio Carlos dos Santos, Sérgio Zacarias, Amendoim e José Lúcio Socialista da Silva, de Raimunda Leone (tesoureira do Sindicato dos Metalúrgicos RJ, membro do Comitê Central e da comissão nacional de combate ao racismo) e Carlos Henrique Tibiriçá Miranda (Fundação Mauricio Grabois).
Homenagem a Osvaldão e à Guerrilha do Araguaia
No encerramento do encontro, as camaradas Mônica Custódio (secretária de Luta Anti-racismo do Comitê Estadual do Rio de Janeiro), Cláudia Vitalino (secretária de Luta Anti-racismo do Comitê Municipal do Rio de Janeiro) e Ana Rocha prestaram homenagem ao imortal Osvaldo Orlando da Costa, o Osvaldão, com a entrega de uma placa comemorativa e de um buquê de cravos brancos e vermelhos à sua sobrinha Maria Cristina que, ao agradecer, destacou que, em sua família, todos aprenderam a nunca baixar a cabeça, além de valorizar a educação como forma de elevar a consciência e o orgulho de sua origem e etnia.
Osvaldão, combatente, estrategista e um dos comandantes da guerrilha do Araguaia, cuja deflagração completa 40 anos neste mês, um gigante negro de quase dois metros de altura, que por seu caráter, personalidade e dedicação a causa do socialismo e da democracia, ficou na memória dos camponeses da região do Bico do Papagaio, tendo sido um dos primeiros militantes a chegar à região.
Tal como Zumbi dos Palmares e João Cândido – o Almirante Negro da Revolta da Chibata, o Osvaldão da Guerrilha do Araguaia é um herói do povo brasileiro e símbolo da dedicação dos comunistas às causas populares e da libertação de nossa pátria, um digno símbolo do caráter estratégico da luta anti-racista para os comunistas do PCdoB.
Da Redação