Trabalhadores rurais fazem greve de fome para evitar despejo

Outras duas pessoas somaram-se à greve de fome realizada pelos camponeses Elvira Cândida de Jesus Pereira e Ronaldo Rodrigues da Costa, membro da direção do Movimento Camponês Popular (MCP), no município de Catalão (GO), desde segunda-feira (16). O pastor evangélico Antônio Carlos dos Santos, e o estudante de geografia da Universidade Federal de Goiás (UFG) Paulo Cesar Mota iniciaram jejum para apoiar Elvira e sua família, ameaçados de despejo por causa da dívida com o banco Itaú.

Elvira Cândida de Jesus Pereira e Ronaldo Rodrigues da Costa começaram o protesto na segunda-feira (16), depois da instituição rejeitar, na semana passada, um acordo para o pagamento da dívida e manter ordem de despejo contra a família de Elvira, que vive há 47 anos no local.

Em 29 de março, um Oficial de Justiça, acompanhado de um policial militar, foi à propriedade para cumprir a ordem de despejo, após a terra ter sido leiloada pelo Banco Itaú por causa de uma dívida que o marido de Elvira, João Batista Pereira, contraiu.

Em 1997, João Batista fez empréstimo de R$ 12 mil com o Banco do Estado de Goiás (BEG) para o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). O camponês pagou metade do valor ao banco. Em 2001, o Itaú comprou o BEG e a dívida dos R$ 6 mil restantes migrou de banco. Agora, a gerência do Itaú alega que a dívida passou para R$ 80 mil.

Os agricultores reivindicam, junto ao Itaú e ao Poder Judiciário, o cancelamento do leilão. Além disso, eles pedem que o governo federal intervenha junto ao Itaú para garantir que o banco apresente o valor atualizado da dívida, baseada na resolução 4.028 do Banco Central, que permite a repactuação de dívidas.

Fonte: Brasil de Fato