Jornalistas: Emissoras recuam e retiram cláusula já acertada

Depois de avançar nas negociações da Campanha Salarial de Rádio e TV, as empresas deram um passo para trás. Na 6ª rodada, ocorrida nesta quarta-feira (18/04), na Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE), o representante patronal apresentou proposta de reajuste linear de 8,20%, retirando uma cláusula já aprovada, a de Gratificação por Qualificação, acordada na rodada de negociação anterior.

“Os patrões condicionam um ganho real decente à retirada de uma cláusula que já havia sido acordada com as empresas na presença do mediador”, afirma o diretor executivo do Sindjorce, Evilázio Bezerra. Desta forma, as emissoras oferecem reajuste salarial com ganho real (acima da inflação) de 2% para pisos, demais salários e cláusulas econômicas. Mas, voltaram atrás na reivindicação de 5% de gratificação para profissionais com cursos com carga horária mínima de 180h/a.

“É a política de dar com uma mão e tirar com a outra”, afirma a presidente em exercício do Sindjorce, Samira de Castro. Mais uma vez, na tentativa de chegar a um bom termo, a comissão de negociação do sindicato laboral contrapôs reajuste de 7,14% para Reportagem Especial e Seguro de Vida, aceitando o índice de 8,20% para piso e salários. Os negociadores do Sindjorce pediram bom senso dos patrões para que mantenham a cláusula já acordada de gratificação.

“O que já está na mesa não se tira, principalmente, sem argumento plausível”, argumenta a presidente em exercício do Sindjorce. Para Samira, o estímulo à qualificação é uma forma de valorizar os profissionais das emissoras e um investimento direto na qualidade da programação. Em visita recente às principais redações das emissoras, a comissão de negociação do Sindjorce constatou que as empresas estão investindo em reformas de infraestrutura. Foi o caso das TVs Cidade, Jangadeiro, Diário e Verdes Mares. Ou seja, o argumento para retirada da cláusula de gratificação não é financeiro.

Fonte: Sindjorce