A literatura brasileira mundo afora

A Feira do Livro de Bogotá homenageia, este ano, a literatura brasileira. Depois virão a Feira de Frankfurt (Alemanha, 2013), o Salão do Livro de Paris (França, 2014), a Feira do Livro Infantil de Bolonha (Itália)…

Feira de Livros de Bogotá

“O Brasil já é a sexta economia do mundo, mas falta demonstrar que também é uma potência cultural, e começará em Bogotá um ciclo de apresentações internacionais", disse o presidente da Câmara Colombiana do Livro, Enrique González, responsável pela organização da Feira do Livro de Bogotá cuja 25ª edição (de 18 de abril a 1º de maio) homenageia a literatura brasileira.

Assim como as de Gonzáles, são altas as expectativas de todos os envolvidos no evento. Do lado de cá, os ministérios da Cultura e de Relações Exteriores desembolsaram, juntos, 3,4 milhões de reais para apoiar o evento.

Tudo indica que a literatura brasileira está alcançando a crista da onda. Fala-se de Brasil e, então, começa a importar o que acontece culturalmente aqui. Depois de Bogotá – que, para Brasil e Colômbia é uma oportunidade de estreitar laços comerciais e culturais – virão a Feira de Frankfurt (Alemanha ) em 2013, o Salão do Livro de Paris (França) em 2014, e o palco principal da Feira do Livro Infantil de Bolonha (Itália). Todos são eventos de primeira categoria, fazendo-se a mesma pergunta que a Colômbia: o que acontece no Brasil?

Em Bogotá, um pavilhão de três mil metros quadrados no principal espaço de feiras da capital colombiana (chamado Corferias) será usado para expor as atrações brasileiras, entre elas 50 escritores e ilustradores convidados, além de representantes das principais editoras nacionais. E também debates, leituras e exposições-tributos, e, claro, os livros: 10 mil títulos brasileiros em português e espanhol.

A programação não se restringe a eles. e nem ao espaço s muros do Corferias. Ela incluirá shows de música, dança, teatro e encontros de gastronomia. Os organizadores esperam ultrapassar o público do ano passado, estimado em 400 mil visitantes.

Menu degustação

A curadoria da feira, encabeçada por Guiomar de Grammont, insiste em que a ideia é ampliar o espectro de autores brasileiros já conhecidos pelos colombianos e demais visitantes do evento literário – que é o terceiro mais conhecido da América Latina, depois de Guadalajara e de Buenos Aires.

Por isso, figuram entre os nomes selecionados escritores menos conhecidos internacionalmente, como Daniel Galera, Marcelino Freire e Adriana Lisboa. Mas não faltará a presença de veteranos como Nélida Piñón (dos nomes brasileiros mais conhecidos lá fora, ganhadora do prêmio Príncipe das Astúrias em 2005) e nem espaço garantido para as obras nacionais mais lidas na Colômbia, com destaque para as de Jorge Amado, Clarice Lispector e Rubem Fonseca.

Sem dúvida, começa aí uma enxurrada de oportunidades de se aproximar culturalmente de outros países, em especial dos vizinhos hispânicos. Que o Brasil aproveite o momento próspero, afinal “país rico é país sem pobreza”, como diz a tal publicidade, mas também aquele que se conhece e também explora as riquezas ao seu redor.

Com informações do Opera Mundi