Novo presidente do Metrô SP já foi condenado por improbidade

O novo presidente do Metrô de São Paulo é o engenheiro eletricista Peter Walker, atual secretário adjunto de Transportes Metropolitanos e que já foi condenado pela justiça, em primeira instância, por improbidade administrativa. A decisão foi do Conselho de Administração da empresa, ontem (19), após indicação feita, na semana passada, pelo secretário Jurandir Fernandes e acatado pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB).

O Ministério Público Estadual moveu uma ação que condenou Peter Walker por contratar de forma irregular funcionários entre 1988 e 1996, na Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento S.A. (Sanasa), empresa de água e esgoto de Campinas, da qual Walker esteve à frente. Outras 17 pessoas também foram processadas.

Proferida em outubro o ano passado, a sentença do juiz Mauro Fukumoto, da 1.ª Vara da Fazenda Pública de Campinas, prevê a perda dos direitos políticos de Walker por três anos. Por este mesmo período, ele não pode manter contratos com o poder público.

Em nota, a Secretaria Estadual de Transportes Metropolitanos informou que "o governo age dentro da lei ao indicar o nome de Peter Walker" para presidir o Metrô. Segundo a pasta, a condenação não teria constatado enriquecimento ilícito ou desvio de dinheiro e que os serviços foram prestados. O fato, porém, não altera o fato de que ele contratou funcionários de maneira irregular.

O resultado da aprovação já era esperado porque o Conselho de Administração do Metrô, que representa os acionistas da empresa, é presidido pelo próprio secretário Jurandir Fernandes, que indicou Walker para o cargo. E o chefe do governo tucano, Alckmin, já havia declarado que manteria a nomeação.

Entre os cinco membros do conselho que ratificaram o nome de Walker está o ex-governador tucano Alberto Goldman, antecessor de Alckmin.

Walker substitui o economista José Kalil Neto, que ocupou a presidência do Metrô por 15 dias, após a saída do advogado Sérgio Avelleda, que foi trabalhar em uma empresa privada do segmento ferroviário.

No ano passado, Avelleda, que também já foi presidente da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), chegou a ser afastado da presidência do Metrô pela Justiça, por suspeita de fraude na licitação das obras da Linha 5-Lilás.

Superlotação

Em entrevista na sexta-feira (13), Walker afirmou que o principal desafio do Metrô é a superlotação. "Esse aumento do poder aquisitivo do brasileiro está refletindo para todos, em aeroportos, em ferrovias, no Metrô, na CPTM. E nós temos que correr atrás."

O novo presidente do metrô disse que pretende ir trabalhar alguns dias de Metrô. "Se você vai trabalhar em alguma coisa, você precisa conhecer o local, sentir, ver uma pessoa irritada, saber o que está acontecendo."

É ver para crer.

Com Agência Estado