PH Amorim: Quem controla a informação? É o nó da CPI da Veja

A batalha não é sobre a associação do crime organizado ao PiG (*) e a governos tucanos.

Aparentemente, o que surgiu até agora do tucano Marconi Perillo é a ponta do iceberg.

( O senador Requião quer que a CPI da Veja investigue a possibilidade de Carlinhos Cachoeira ter negociado a instalação do crime organizado no Paraná, com membros do governo tucano do Beto Richa.)

Sobre o PiG, alem do conluio entre a Veja e a Globo – a Globo transforma em Chanel # 5 o sólido detrito de maré baixa da Veja -, a associação do Correio Braziliense e outros notáveis órgãos do grupo Associados ao crime organizado ruborizaria o próprio Chateaubriand.

Mas, não é tudo.

Suspeita-se que notáveis colonistas de notáveis jornais do PiG se tenham enlameado nos grampos do Cachoeira.

A desmoralização do PiG, colonistas e de governadores tucanos não significa desmoralizar a hipocrisia da oposição.

Por um motivo muito simples.

A oposição de verdade é o PiG.

Que precisa vingar a derrota nas três últimas eleições presidenciais e a próxima queda do reduto conservador na cidade de Sao Paulo.

Derrotas que o PiG sofreu na carne, porque o Alckmin e do Cerra não passavam de seus meros instrumentos eleitorais.

A manipulação da CPI da Veja e a condenação do José Dirceu no mensalão serão o terceiro turno do PiG – já que Alckmin e Cerra foram impotentes.

Para conseguir isso, o PiG tenta, antes, um Golpe contra ministros do Supremo.

Ganhar no tapetão, com a gazua, a faca no pescoço dos juízes.

Constranger os ministros, impor uma urgência artificial, exigir um compromisso publico, irreversivel, porque a cabeça de Dirceu é como a de João Batista – só ela vingará Herodias.

(Quem seria a Herodias de Brasília – do Estadão, da Folha ou do/a Globo, amigo navegante ?)

Para atingir esses objetivos edificantes, o PiG empregará um expediente estratégico: controlar as informações que brotem da CPI.

Porque já tem o quase-monopólio dos meios formais de comunicação.

É uma velha estrategia do arsenal piguento: controlar o fluxo de informações e fechar o acesso aos podres dos tucanos e membros do PiG.

Foi o que fez na CPI dos Correios, dita do mensalão.

O PiG recebe informações privilegiadas, exclusivas, joga fora o que não interesse, e pendura o Governo e aliados no poste.

Transforma a Delta em mãe do PAC e o Protogenes em filho do Cachoeira.

Hoje, o PiG se abastece de advogados e procuradores.

Dupla que substitui o Cachoeira como fonte de informação do PiG e seus colonistas (**).

O desafio do PT na CPI e na Comissão de Ética do Senado é quebrar esse monopólio.

“Democratizar” a informação.

Levar o Robert(o) Civita para abrir os trabalhos e mostrar como produzia detritos sólidos que a Globo transforma em Chanel # 5.

Seria um bom começo.

A desmoralização escancarada do Robert(o) vai respingar em todo o PiG e a oposição.

Porque a Veja era o gérmen das tentativas mais dramáticas de Golpe.

O grampo sem audio que salvou o Daniel Dantas.

E as imagens de corrupção nos Correios, produzidas pelo Cachoeira e o Robert(o), e levaram à queda do Dirceu.

Depois do Robert(o), o segundo a depor deveria ser o Ernani de Paula, que revelou a autoria do Cachoeira e do Demóstenes nesse vídeo dos Correios.

Depois, o Lereia, o alto dirigente tucano, que desempenha o papel de porta-voz do Cachoeira.

A CPI controlada pelo Governo deve chamar também o Ali Kamel para revelar a formula do Chanel # 5.

E explicar por que a Globo usou o Mino Pedrosa, notável colonista do PiG, para incriminar o Jose Dirceu.

Está nas mãos do relator do PT democratizar as informações da CPI da Veja.

Se é que o PT já percebeu que o PiG é a maior ameaça à democracia brasileira.

Não é isso, Bernardo ?