Liga Árabe insiste em solução política para conflito sírio

A Liga Árabe insistiu nesta terça-feira (24) em que qualquer solução política ao conflito na Síria tem que se associar ao objetivo de cessar as hostilidades e chamou a iniciar um processo para materializar a paz.

Um porta-voz da organização que aglutina 22 nações árabes (a Síria está suspensa) considerou indispensável aplicar os dois pontos de consenso sobre esse contencioso, expostos pelo secretário-geral, Nabil El-Arabi, durante sua visita à Argélia nesta segunda-feira (23).

De acordo com a fonte, atualmente há consenso internacional sobre a necessidade de um cessar-fogo global e o início de um processo político entre o governo do presidente Bashar al-Assad e a oposição armada, apoiada pelo Ocidente.

O departamento de imprensa da organização pan-árabe, cujas resoluções anteriores Damasco criticou, disse que El-Arabi sublinhou em Argel que "uma solução política não pode ser considerada em separado da meta atual de obter um cessar-fogo".

Igualmente, reconheceu que o plano proposto pelo enviado especial da ONU e da Liga Árabe para a Síria, Kofi Annan, ajudou a conter a violência, apesar das denúncias de Damasco de que grupos armados apoiados do exterior prosseguem os ataques terroristas.

O próprio titular da Liga Árabe se reuniu no domingo no Cairo com uma delegação do chamado Conselho Nacional Sírio (CNS, oposicionista) com a intenção de revisar o plano de paz para a Síria e o envio de observadores, que o Conselho de Segurança da ONU aprovara há pouco.

As mesmas fontes da organização indicaram então que El-Arabi manifestou à comitiva do CNS que a iniciativa de Annan "ainda não começou e seus resultados positivos só serão constatados quando os observadores da ONU comprovarem o cessar-fogo total".

Uma equipe de seis observadores já trabalha na Síria desde 16 de abril e se espera para os próximos dias a chegada a Damasco de outro grupo, com base no acordo adotado no último dia 21 pelo Conselho de Segurança da ONU para enviar até 300 observadores desarmados.

Meios de informação na capital egípcia reportaram que bandos armados considerados como terroristas pelo governo sírio assassinaram três oficiais do Exército daquele país em Hama e um médico em Deraa, apenas um dia depois que os observadores visitaram essas cidades.

Prensa Latina