França quer Europa mais dura contra imigrantes

O governo direitista da França pressionou seus sócios europeus nesta quinta-feira (26) no sentido de fechar as fronteiras, no caso de um forte fluxo de imigrantes, uma medida que desperta apreensão no bloco por seu fim abertamente eleitoral.

O ministro francês do Interior, Claude Guéant, defendeu essa postura durante uma reunião na cidade de Luxemburgo com seus homólogos da União Europeia (UE).

"Há 400 mil entradas irregulares a cada ano no território Schengen", disse o ministro.

As declarações de Guéant seguem as do presidente Nicolás Sarkozy, que durante sua campanha pela reeleição ameaçou retirar o país do espaço Schengen de livre mobilidade das pessoas.

A proposta francesa despertou reservas em vários países do bloco pela possibilidade de que o presidente utilize esta demanda para captar o voto da extrema direita no segundo turno das eleições no dia 6 de maio.

"As agendas eleitorais parecem mais importantes que os assuntos de fundo que existem há tempo", disse a ministra belga do Interior, Joelle Milquet.

Por sua parte, a comissária europeia de Assuntos Interiores, Cecilia Malmstrom, advertiu que "Schengen não é um instrumento para gerenciar os fluxos migratórios".

O presidente francês, que obteve o segundo posto nas eleições do 22 de abril, incrementou sua retórica anti-imigrante durante os últimos dias empenhado em conquistar os votos da extrema direita, que se converteu na terceira força política das eleições.

"Os franceses já não querem uma Europa peneira". "Se a Europa não pode controlar suas fronteiras, a França o fará", disse o presidente.

No entanto, não se prevê que o tema seja debatido antes da reunião dos ministros do Interior de 26 de maio, 20 dias após as eleições decisivas na França.

Fonte: Prensa Latina