Plenárias em SP mobilizam militância para conferência estadual

No dia 5 de maio, a partir das 9h, acontecerá na Assembleia Legislativa de São Paulo a Conferência Estadual do PCdoB sobre a Emancipação da Mulher. Em preparação para este evento foram realizadas, no último final de semana, inúmeras plenárias pelo Estado para debater o tema e eleger delegados. De acordo com a organização da conferência, estima-se que sejam mobilizados cerca de 250 participantes vindos das principais cidades de São Paulo. A Conferência Nacional sobre o tema ocorrerá de 18 a 20 de maio, em Brasília.

Desde que a mulher conquistou o direito de votar há exatos 80 anos ainda é preciso avançar no caminho para ampliar a representação feminina nos espaços de poder. Na Assembleia Legislativa paulista são apenas 11 em um universo de 92 deputados. Na Câmara Federal entre os 513 deputados temos 45 mulheres. Proporcionalmente, o PCdoB possui a maior bancada feminina com seis deputadas. “O sistema político que vivemos privilegia o empoderamento dos homens e dificulta a participação da mulher na política. Mas o fato de termos uma mulher presidenta estimula a autoestima das mulheres”, afirmou Ana Martins, secretária estadual da mulher do PCdoB.

Integrante da Comissão Estadual de Mulheres do PCdoB, Solange Carneiro, disse durante a plenária do distrital centro, realizada no sábado, 28, que o governo Dilma ajuda a atrair mulheres à política, porém, a mudança é pontual. “Quem está no poder são os homens – o espaço público ainda é essencialmente masculino. O número de candidatas à deputada federal cresceu de 11% em 2002 para 21,7% em 2010, mas representação feminina continua a ser de apenas 8% da Câmara. Na hora do voto, a concepção machista atinge as próprias mulheres.”

Até o último final de semana foram realizadas cerca de 18 plenárias na capital organizada pelos distritais No interior do Estado aconteceram encontros no ABC paulista, Jaguariúna, Ribeirão Pires, Ribeirão Preto, Americana e Campinas. Nesta cidade a plenária contou com a participação ativa dos homens. “A presença masculina demonstra a seriedade com que os homens comunistas têm tratado a discussão sobre a questão das mulheres e a importância do seu papel na construção de uma sociedade mais justa e igualitária”, ressaltou Cleo Sales Dias, coordenadora da UBM Campinas.

O fortalecimento da União Brasileira de Mulheres (UBM) também é um dos objetivos da luta das mulheres comunistas. “Precisamos aumentar os nossos quadros para que as mulheres pratiquem os seus valores e assumam o seu papel emancipador para ajudar a transformar a sociedade. Toda a luta da mulher ajuda a avançar a sociedade”, lembrou Ana. Ela citou ainda avanços como a criação da Secretaria de Políticas para as Mulheres e a realização de duas conferências que reuniram mais de 250 mulheres no Brasil. “Temos apresentado nossa opinião e consolidado a nossa luta contra a opressão, a violência e a desigualdade”, destacou.

SERVIÇO

Da Redação, Railídia Carvalho
Colaboraram André Cintra, de São Paulo, e Márcia Quintanilha, de Campinas