Governo define com Fifa próximos passos para o Mundial de 2014

A cúpula da Fifa, o Comitê Organizador Local e o governo brasileiro, representado pelo Ministério do Esporte, concluíram nesta terça-feira (8) a primeira reunião conjunta sobre os preparativos da Copa do Mundo da Fifa Brasil 2014, realizada na sede da entidade, em Zurique.

"Foi um dia histórico na sede da Fifa", explicou o presidente da entidade máxima do futebol, Joseph S. Blatter, que abriu e encerrou o encontro. "A reunião de hoje foi um forte sinal do compromisso do governo brasileiro com a nossa parceria e a responsabilidade compartilhada de organizar a mais exitosa Copa do Mundo da Fifa. Hoje lançamos as bases de uma cooperação integrada em mútua confiança a fim de alcançarmos o nosso objetivo comum."

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Representando a Fifa, participaram da reunião o secretário-geral Jérôme Valcke e o membro brasileiro do Comitê Executivo, Marco Polo Del Nero, assim como vários diretores da Fifa.

Já o COL foi representado pelo presidente José Maria Marin e pelos membros do conselho de administração Ronaldo e Bebeto, enquanto a delegação do governo federal foi formada pelo ministro do Esporte, Aldo Rebelo, pelo secretário-executivo Luis Fernandes e pelo chefe das assessorias do Ministério, Luís Paulino.

Durante as mais de cinco horas de construtivas discussões e franco diálogo, o grupo traçou um plano detalhado com ações concretas para tratar os desafios identificados e garantir a eficiência operacional dos preparativos.

O plano tem como base relatórios feitos a partir de uma análise minuciosa conduzida por equipes técnicas do governo, da Fifa e do COL quanto ao andamento da preparação, desde os estádios até as obras gerais de infraestrutura.

A primeira medida palpável dessa nova unidade operacional plenamente integrada foi a nomeação de Luis Fernandes como representante permanente do governo junto à liderança do COL. Del Nero, por sua vez, também integrará o COL. Além disso, o COL, com esta nova composição, passará a se reunir a cada seis semanas para debater a situação dos preparativos.

"O governo brasileiro está não só orgulhoso, mas entusiasmado e dedicado para cumprir todos os compromissos assumidos em relação à Copa do Mundo da Fifa 2014 e para fornecer apoio à Fifa e ao COL sempre que houver desafios a superar", comentou Rebelo.

"Temos uma equipe experiente, liderada pelo Luis Fernandes, capaz de lidar com esses desafios. Hoje queremos estabelecer a solidariedade entre todos nós, responsáveis pela organização da Copa do Mundo da Fifa. Cumprimos essa missão. A Fifa e o COL podem contar com o governo enquanto parceiro comprometido. Juntos trabalharemos com afinco e sem perda de tempo para realizarmos um evento inesquecível", completou o ministro.

O próximo encontro entre Fifa, COL e governo está marcado para a última semana de junho no Brasil, em paralelo à reunião do conselho de administração do COL.

Lei da Copa

Ao mesmo tempo, o líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM), disse nesta terça que o texto do projeto da Lei Geral da Copa deve passar sem modificações no Senado, para ir diretamente à sanção presidencial, sem novo exame na Câmara.

Braga anunciou que a intenção é barrar a retirada do ponto até agora mais polêmico: a autorização para a venda de bebidas alcoólicas nos estádios em dias de jogos. A senadora Ana Amélia (PP-RS) já anunciou que pretende sugerir emenda com essa finalidade.

Braga observou que o Brasil apresentou uma “garantia máster” perante a Fifa. Ele afirmou que à época nenhuma frente parlamentar questionou os compromissos firmados de “forma pública e transparente”. Não houve manifestação nem das bancadas que representam igrejas, nem da frente que defende interesses da área da saúde, salientou.

"Então, nós não podemos agora quebrar contrato ou retardar a aprovação da Lei Geral da Copa, tendo em vista que já estamos a praticamente a dois anos da realização do evento", defendeu.

Ao deixar a reunião com líderes no Senado, a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, disse que o governo espera que a votação aconteça ainda nesta semana. E, como Braga, assinalou a conveniência de que os senadores não mudem o texto. Assim, a matéria poderá seguir diretamente à sanção de Dilma Rousseff.

A estratégia para acelerar a votação da Lei Geral da Copa envolveu a apresentação de requerimento para exame da proposição diretamente em Plenário, em regime de urgência. Já protocolado junto à Mesa, o requerimento dispensará a análise da matéria nas quatro comissões onde tramita. O entendimento contou com o apoio dos presidentes dos colegiados e de cada relator.

A intenção é aprovar o requerimento ainda nesta terça-feira, após o exame de duas medidas provisórias (MPs) que trancam a pauta. Na quarta, a Lei Geral da Copa poderá entrar na Ordem do Dia para ser votada em seguida. De acordo com Eduardo Braga, esta é uma “janela de oportunidade” que precisa ser aproveitada, antes que novas MPs possam vir da Câmara dos Deputados e obstruir o exame de outras matérias.

O líder do governo teme que adiar a votação do projeto possa prejudicar o calendário traçado, na medida em que se avance em direção ao recesso parlamentar, marcado para começar em 18 de julho. No segundo semestre, acrescentou, as eleições municipais vão dificultar a obtenção de quórum nas duas Casas do Congresso. Por isso recomendou “realismo” aos parlamentares.

"A matéria foi sobejamente discutida e debatida tanto na Câmara como no Senado. Agora é hora de votar", disse.

Com informações do Portal da Copa e da Agência Senado