Cúpula dos Povos rechaça “economia verde”

Organizadores da Cúpula dos Povos condenaram neste domingo (13) o conceito de economia verde defendido por integrantes de governos que participarão da Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável Río+20, em junho próximo.

Líderes de movimentos sociais que participarão da Cúpula dos Povos, que se desenvolverá paralelamente à Río+20, deram uma coletiva de imprensa no Rio de Janeiro, na qual divulgaram um documento elaborado em uma reunião realizada durante a semana.

De acordo com a Agência Brasil, a mexicana Silvia Ribeiro, diretora para América Latina da organização ETC (dedicada a temas agroalimentares), afirmou que a economia verde é um nome enganoso.

"Muitos creem que é algo positivo, mas é um disfarce para mais negócios e mais exploração dos ecossistemas. O outro aspecto é que os promotores da economia verde querem apropriar-se da natureza usando tecnologias perigosas, como os transgênicos e a biologia sintética", denunciou Ribeiro.

As causas da crise socioambiental na Europa e Estados Unidos estão na mercantilização da água, do ar e dos recursos naturais, disse e agregou que esse é um dos assuntos que condenarão na Cúpula dos Povos, que se desenvolverá no Aterro do Flamengo, de 15 a 23 de junho.

Igualmente, assegurou Ribeiro, o atual sistema de produção e consumo aprofunda problemas como o aquecimento global, a escassez de água potável e a mercantilização da vida nas cidades e nos campos.

O que seus defensores chamam de economia verde é um novo nome para o capitalismo, sustentou a diretora para América Latina da ETC.

Precisamente, o documento aponta que o centro das discussões da Río+20 não será a temática da crise global que, para os participantes da Cúpula dos Povos, "é o capitalismo, com suas formas clássicas e renovadas de dominação, que concentra a riqueza e produz desigualdades sociais".

Prensa Latina