De Antonio Guerrero para as mães: “A ternura mais pura”

Queridos amigos:

Antes de tudo, desejo que estas linhas transmitam a todas as mães amigas uma homenagem de amor dos cinco

A todas elas, em especial, quero dedicar a história que vou contar.

A Companhia dos Correios de Cuba acaba de criar uma coleção de 40 selos comemorativos dos dia das mães. Há uns dias, me surpreendi ao saber que haviam escolhido, entre as mensagens, uma estrofe de um poema meu.

Acontece que, devo reconhecer com franqueza, ao ler os versos selecionados não me recordava a qual poema meu pertenciam.

Consultei minha mãe, com minha inquietude, e ela comentou que poderia ser um poema que havíamos criado em uma visita há exatamente 10 anos. Que memória! Com efeito, pudemos comprovar que ela estava certa. E esse poema, como ocorreu com muitos outros, escrevi em umas das páginas do diário que durante anos tenho escrito e enviado a minha mãe. Nunca passei esses textos a limpo, nenhum deles foi incluído em nenhuma publicação.

Aqui seguem parte do que escrevi no diário há dez anos e o poema completo.

“Hoje conversamos sobre variados temas e dedicamos um tempo para compor um poema dedicado às mães. Meu filho levou a tarefa bem a sério e deu início ao poema propondo o primeiro verso como “Ao canto do amor”, que finalmente se tornou, “do manto do amor”. Ele adorou a ideia de acrescentar a palavra “Ternura”, assim como gostou da rima e da métrica do verso e fomos analisando pensamentos sobre a ternura mais pura, a de uma mãe, e o que ela representa.

Foi mamãe quem propôs para a última quadra o encantador verso “A ternura infinita” e logo Tonito encontrou a rima: “e nada a imita”. Nós três nos sentimos contentes com o resultado do poema que se tornou nossa mensagem às mães…”

A ternura mais pura

No manto do amor
Se envolve a ternura,
A ternura mais pura
que é luminosa e é flor.

A ternura que engendra
a árvore da vida,
aquela que quem descobre
jamais se esquece.

A ternura infinita,
que se abre a todos,
e nada a imita,
é a que oferece uma mãe.

Sábado, 11 de maio de 2002
(fim do texto no diário))

Devo declarar que em minha sala de visita na penitencirária de Florence não nos dão nada para escrever, não é permitido. Essass diferentes propostas para cada verso, eu as fui memorizando enquanto conversávamos e , ao regressar à minha cela, naquela noite, dei forma a esse poema a seis mãos, de três gerações, de três amores infinitos e indestrutíveis.

De um modo especial, esse poema encanta a minha mãe, por isso nunca fugiu à sua memória.

Surpreendente a seleção de mensagens que fizeram nossos companheiros dos Correios.

Esta é a história.

Cinco abraços. Venceremos!

Tony Guerrero Rodriguez
FCI Marianna
10 de mayo de 2012

Fonte: Cubadebate