Palestinos e israelenses trocam cartas sobre diálogo para a paz

A Autoridade Nacional Palestina (ANP) e Israel se comprometeram a trabalhar para alcançar a paz, depois que um emissário de Benjamin Netanyahu se reuniu em Ramallah com o presidente Mahmud Abbas, destacaram fontes palestinas neste domingo (13).

As agências noticiosas Wafa e Maan, assim como canais televisivos palestinos, reproduziram fragmentos de um incomum comunicado conjunto emitido no sábado (12) à noite em Ramalah depois do encontro de Abbas com Yitzhak Molcho, que entregou ao palestino uma carta de Netanyahu.

Segundo o pronunciamento, israelenses e palestinos "estão comprometidos a alcançar a paz e as partes esperam que o intercâmbio de cartas entre o presidente Abbas e o primeiro-ministro Netanyahu favorecerá essa meta".

A missiva do chefe de governo sionista foi a resposta a uma enviada por Abbas em abril, na qual o líder palestino expôs suas queixas pelo fracasso das conversações diretas empreendidas em setembro de 2010 e fixou os parâmetros para retomá-las.

Embora não fossem informados os detalhes da carta de Netanyahu, meios de comunicação israelenses recordaram que o político direitista recusou de antemão as condições de sua contraparte para que se paralisem as construções de colônias judias na Cisjordânia e Jerusalém Leste.

Junto a essa demanda, considerada chave pelos palestinos, a ANP reclamou que Israel pontuasse “tão breve quanto seja possível”, suas posições sobre o princípio de uma solução de dois Estados baseada nas fronteiras existentes antes da ocupação, em 1967.

Outros dois assuntos essenciais para retomar as negociações são a libertação dos prisioneiros palestinos e a revogação de todas as decisões que solapam os acordos bilaterais assinados desde 2000.

"Estamos prontos para reiniciar imediatamente as negociações no minuto em que recebamos sua resposta positiva a estes pontos", escreveu em abril Abbas a Netanyahu, que reiterou sua posição inamovível de que qualquer diálogo deve ser empreendido sem o que chama de "precondições".

Por sua vez, o chefe negociador palestino Saeb Erakat, convalescente de um infarto, advertiu então que se Tel Aviv ignorasse essas exigências, a ANP renovaria sua campanha diplomática internacional para que a ONU a aceite como Estado de pleno direito.

Prensa Latina