Comunistas franceses anunciam objetivos para eleições

Na última sexta-feira (11), o Partuidi Comunista Francês reuniu sua direção nacional para debater o cenário político e preparar a batalha das eleições legislatuivas que se realizam em dois turnos nos dias 10 e 17 de junho. Na ocasião, o porta-voz do partido, Olivier Dartigolles, fez uma intervenção cujo resumo publicamos a seguir.

A eleição de François Hollande à presidência da República abre um novo período político e representa uma esperança. O resultado eleitoral representa o fim de uma tensão que se tornou insuportável, após cinco anos que constituíraam um período de sombras para nosso país e nosso povo e para a imagem da França.

Por sua brutalidade, seu menosprezo, pela duração dos golpes assestados ao mundo do trabalho, pelos retrocessos sociais e democráticos a um nível raramente atingido na história de nossa República, por uma verdadeira determinação de quebrar, ferir, estigmatizar, por um clima de ódio e suspeição que atentaram duramente contra nossos belos valores republicanos, por um rebaixamento moral do que entre os dois turnos da eleição presidencial deu uma surpreendente ilustração, o sarkozismo desfigurou nosso país. Era necessário desembaraçar-se disso, sem a mínima condicionalidade.

Prolongando e amplificando a dinâmica da Frente de Esquerda nas eleições presidenciais, estamos engajados na batalha das legislativas com uma bela ambição: uma progressão de nossa influência, vencer uma nova etapa na marcha adiante da Frente de Esquerda, com a reeleição dos seus deputados e novas conquistas assegurando a formação de uma bancada parlamentar fortalecida, que será necessária a toda a esquerda.

Da composição da futura maioria de esquerda na Assembleia Nacional dependerá a qualidade das leis que serão votadas. Durante toda a sua campanha, François Hollande não parou de repetir que não mudará seu programa. Mas o novo presidente está hoje diante de um desejo de verdadeira mudança progressista. Ele deverá ter em conta esse desejo de uma ou outra maneira.

A bancada da Frente de Esquetrda amplamente fortalecida, em ligação com as mobilizações populares, as lutas, as assembleias de cidadãos, será um trunfo determinante. Nós visamos a reeleição de todos os deputados comunistas, os aliados do PG e Fase e o aumento do número de eleitos, situando o candidato da Frente de Esquerda à frente da esquerda em muitas dezenas de circunscrições. Em algumas dessas circunscrições onde o perigo de uma disputa triangular ameaça a esquerda, nós propomos conduzir o combate em nome de toda a esquerda.

Somos candidatos a fazer a esquerda vencer, portanto, a dizer o que nós cremos justo e o que não é, a dizer junto com os cidadãos, pois a esquerda não governaria sem o povo.

Nosso compromisso assumido nas eleições presidenciais foi claro e foi compreendido: nós não participaríamos de um governo que não tivesse em seu roteiro de trabalho uma ruptura com as políticas de austeridade, uma alternativa de progresso às lógicas inscritas no novo tratado fiscal europeu que conduzem ao fracasso. O novo tratado não é somente um impasse trágico para a União Europeia, é também uma camisa de força que não permitiria a aplicação de uma verdadeira política de esquerda ao nível de nosso país.

Logo depois do segundo turno das eleições legislativas, avaliaremos a nova situação política e as novas correlações de forças políticas, avaliaremos também a evolução das coisas em torno do tratado fiscal europeu, decidiremos sobre nosso posicionamento e nossas iniciativas nesse contexto; teremos igualmente que responder à questão de uma eventual participação no novo governo que François Hollande e o primeiro-ministro comporão após as eleições legislativas.

Fonte : www.pcf.fr
Tradução da Redação do Vermelho