Confrontos esporádicos mobiliza exército libanês em Trípoli

O premiê libanês, Najib Mikati, defendeu hoje uma postura imparcial do Exército durante a mobilização de soldados na cidade de Trípoli (norte do país), onde confrontos esporádicos provocaram até agora quatro mortos.

Mikati declarou ao jornal local As-Safir que alguns setores tratavam de apresentar as tropas regulares do Líbano como uma facção oposta às forças islâmicas em Trípoli, mas, ainda que se mobilizaram nesta cidade, não intervieram para dissolver o protesto.

Uma pessoa morreu nesta segunda-feira (14) em novos choques, após uma madrugada relativamente tranquila pela ação das tropas governamentais que mantiveram separados a vizinhos dos bairros de Bab al-Tabbaneh e Jabal Mohsen, historicamente rivais por diferenças religiosas.

A vítima fatal somou-se a outras três, incluindo um soldado, informadas ontem à noite quando também se conheceu que cerca de vinte ficaram feridos por causa da violência.

Os combates, com a utilização de granadas e fuzis automáticos, se centraram em um enclave da etnia alauita minoritária no Líbano, próxima ao presidente sírio, Bashar al-Assad, que também pertence a essa religião que se dividiu do Islã xiita. Os alauitas libaneses, concentrados em Trípoli, mantêm forte rivalidade com a conservadora maioria sunita, sobretudo desde as revoltas no país vizinho de março de 2011, e analistas destacaram o quanto as tensões sectárias na Síria podem influir aqui.

De acordo com informes oficiais, os distúrbios de rua foram desatados na localidade portuária de Trípoli, após uns 100 jovens, a maioria islâmicos, bloquearam no sábado as estradas sul e norte para exigir a libertação de Shadi al-Mawlawi, preso pelas forças de segurança como parte de uma investigação por seus supostos vínculos com uma organização terrorista, segundo a explicação da polícia, que não satisfez aqueles que o apoiavam e se lançaram às ruas.

O presidente libanês, Michel Sleiman, convocou ontem uma audiência no palácio de Baabda, nesta capital, com o Conselho Supremo de Defesa, e segue a evolução da situação "em primeira mão" pelo Exército e pelos aparelhos de segurança, segundo a agência oficial NNA.

Da mesma forma, o gabinete de emergência envolveu Mikati e os ministros de Exteriores, Defesa, Interior, Finanças, Justiça e Economia.

Por sua parte, o ex-primeiro ministro Saad Hariri fez um chamado ao governo para solucionar o conflito em Trípoli, onde a maioria sunita, oposta à Assad pelos 29 anos (até 2005) de presença militar síria no Líbano, tem um de seus maiores apoios.

O deputado e líder do Partido Socialista Progressista, o druso Walid Jumblatt, defendeu uma "solução política" para o conflito.

Fonte: Prensa Latina