Europa: 17% dos jovens não têm emprego; outros nem buscam mais

Mais de metade dos jovens desempregados não aparecem nas estatísticas oficiais de desemprego, porque já desistiram de procurar trabalho, declarou nesta terça (15) a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

De acordo com dados da OCDE, nos 34 países desenvolvidos e que são membros da organização, a taxa de desemprego na faixa dos 15 aos 24 anos era, em março deste ano, de 17,1%. Este número contrasta com o verificado em dezembro de 2007. Nessa altura, a taxa de desemprego nesta faixa etária era de 12,2%. Em números absolutos, estima-se que existam quase 11 milhões de jovens sem emprego. 

Em alguns países, contudo, a situação é muito mais grave. Um olhar mais aprofundado para os três países sobre assistência financeira na Zona Euro, assim como a Espanha e a Itália, que nos últimos meses têm estado sobre pressão por parte dos mercados tendo sido obrigados a adoptar medidas de austeridade, o cenário não é encorajador.

Assim, e de acordo com dados da OCDE, em Portugal a taxa de desemprego jovem subiu dos 19,7% para os 36,1%; na Espanha subiu dos 19,7% para os 51,1%; na Itália de 21,3% para os 35, 9%; na Irlanda dos 9,4% para os 30,3% e, por fim, na Grécia dos 21,6% para os 51,2%. Mas mesmo assim a taxa de desemprego "não reflete toda a realidade", alerta a OCDE.

"Muitos jovens que abandonaram o sistema de ensino deixaram de aparecer nas estatísticas de emprego", lê-se num comunicado da organização, estimando em 23 milhões o número de jovens sem trabalho. "Mais de metade desistiu de procurar por emprego", afirma o documento.

Para a OCDE, há "uma preocupação crescente de que uma proporção significativa e cada vez maior da população esteja em risco de um desemprego ou inatividade prolongados".

A OCDE lançou um apelo aos ministros do Trabalho do G20 – que estarão reunidos na quinta-feira no México – para que concentrem os seus esforços na criação de emprego para os jovens.
"Os governos devem tratar deste problema social e econômico com ações determinadas e concretas", afirmou Angel Gurría, secretário-geral da OCDE.

Com agências