Irã afirma que não renuncia a direitos nucleares

O Irã rejeita as pressões e não renunciará a seus direitos inalienáveis na questão de política nuclear, afirmou nesta quinta-feira Said Jalili, chefe dos negociadores iranianos para o tema. A declaração veio uma semana antes do reinício das conversações com o Grupo 5+1 em Bagdá.

Jalili acrescentou que há disposição do Irã de negociar sobre o tema, indicando que o governo espera o fim das sanções impostas ao país – que limitam as negociações econômicas, comerciais e militares.

“No momento, percebe-se que é preciso acabar com a pressão e que essa abordagem não conseguiu resultados”, disse. De acordo com ele, a pressão sobre o país não conseguiu impedir o progresso nuclear e acabou incentivando as pesquisas na área. 

"Se participamos nas negociações em posição de força é por nossa resistência. Com nossa resistência, defendemos os direitos do povo iraniano", disse Jalili. "O povo iraniano não está disposto a ceder um centímetro em seus direitos na questão nuclear", insistiu.

"Aconselho as autoridades ocidentais que não cometam erros de cálculo. Em Bagdá poderemos negociar a cooperação, mas sobre a base do respeito aos direitos inalienáveis do Irã", disse. "O caminho escolhido por nosso país é um caminho sem retorno. Eles desejam impedir o progresso do Irã no domínio nuclear, mas fracassaram. O Irã se tornou um país nuclear".

No próximo dia 23, as autoridades do Irã se reúnem com o grupo P5+1 (formado pelos Estados Unidos, a China, o Reino Unido, a França, Rússia e Alemanha), em Bagdá, no Iraque.

O Irã é alvo de uma série de sanções impostas pelas potências ocidentais, que alegam que o programa nuclear iraniano poderia ser uma ameaça. Porém, no Irã, as autoridades negam as suspeitas, dizem que a natureza do programa é pacífica e civil e apontam uma tentativa desses países de monopolizarem a tecnologia nuclear.

Vale ressaltar que os Estados Unidos iniciaram a guerra do Iraque, em 2003, com o argumento de que o país possuía armas de destruição em massa. Após oito anos de combates, tais armamentos nunca foram encontrados – porque não existiam.


Com agências