Irã estuda agenda de negociações com G5+1 em Bagdá

O ministro iraniano de Relações Exteriores, Alí Akbar Salehi, declarou à agência de notícias Fars News que as conversas de Istambul, em meados de abril, fixaram o terreno para o encontro de 23 de maio na capital iraquiana.

Uma delegação da República Islâmica se reunirá em Bagdá na próxima quarta-feira (23) com representantes dos cinco países membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU mais Alemanha (G5+1) para retomar os contatos iniciados há um mês.

"Estamos estudando a estrutura para as próximas conversas com o G5+1", insistiu Salehi, enquanto o porta-voz da chancelaria, Ramin Mehmanparast, mostrou-se esperançoso de que o diálogo se baseie no que já foi acertado com uma agenda ampla e global.

Mehmanparast destacou que, "se prevalecer (em Bagdá) a mesma atmosfera positiva e enfoque de cooperação (que em Istambul), podemos ver resultados positivos nas conversas".

O secretário do Conselho Supremo de Segurança Nacional e chefe das negociações sobre o assunto, Saeed Jalili, liderou a delegação do Irã no diálogo com a chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Catherine Ashton, indicada pelo G5+1, e ambos se mostraram satisfeitos.

No entanto, o vice-chanceler iraniano para Assuntos Árabes e da África, Hussein Amir Abdollahian, advertiu desde Pretoria, na África do Sul, que seu governo só responderá ao Ocidente de modo positivo se as tratativas continuarem em uma "atmosfera realista".

Uma fonte da chancelaria em Teerã precisou que por "atmosfera realista" se entende aqui que as potências mundiais, concretamente Estados Unidos e a UE, reconheçam o direito legítimo de Irã a tentar a tecnologia nuclear com fins pacíficos.

Em termos semelhantes pronunciou-se o embaixador iraniano diante da Agência Internacional da Energia Atômica (AIEA), Alí Asghar Soltanieh, depois de concluir ontem dois dias de conversas em Viena com o subdiretor geral dessa agência da ONU Herman Nackaerts.

Ambos valorizaram como bons os intercâmbios e decidiram os retomar em 21 de maio na cidade austríaca, ainda que o também chefe do Departamento de Salvaguardas do AIEA fez questão de que Teerã facilite o acesso a "pessoas, documentos, informação e lugares" nucleares.

Fonte: Prensa Latina