PCdoB contribui com a luta das mulheres brasileiras

“Eu preciso de vocês e as mulheres do Brasil precisam do PCdoB”, disse a ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM), Eleonora Menecucci, na abertura da 2ª Conferência Nacional do PCdoB sobre a Emancipação da Mulher, na noite desta sexta-feira (18), em Brasília. O evento trouxe para a capital federal a militância s e as lideranças femininas do Partido representadas nas quatro candidatas às eleições municipais.

PCdoB contribui com a luta das mulheres brasileiras - Leonardo Brito

O presidente nacional do PCdoB, Renato Rabelo, o único homem na mesa de abertura da solenidade, arrancou aplausos da platéia – formada por homens e mulheres – ao dizer que a cota de 30% de participação feminina é pouca. “Queremos 50%. E não sou eu quem quer ou as mulheres, é o PCdoB que quer”.

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A secretária nacional da Mulher do PCdoB, Liége Rocha, que presidiu a solenidade sem formalidades, fez a platéia rir e aplaudir, ao anunciar que as mulheres do Partido vão criar cota de 30% para a participação masculina no Congresso das Mulheres. Isso porque, segundo ela, durante as conferências estaduais, houve interesse dos homens em participar das delegações.
 
“Essa conferência não é das mulheres, é do PCdoB, reúne homens e mulheres”, explicou Liége, destacando o aumento do número de pessoas envolvidas nas discussões preparatórias do evento nacional, que mobilizou 15 mil pessoas em todos os 27 estados.

Temas coincidentes

A luta pela redução dos juros, as eleições municipais e a instalação da Comissão da Verdade. Os temas da atualidade foram abordados nos discursos como as bandeiras de luta das mulheres, assim como o combate à violência, aumento da participação nas instâncias de poder e igualdade de condições no trabalho.

A fala do presidente Renato Rabelo (foto) e da ministra Eleonora Menecucci foi pontuada por lembranças do tempo do movimento estudantil e do combate à ditadura, que os aproximou e os tornaram amigos. E mais uma vez eles se encontraram nas palavras de elogios ao governo da presidente Dilma, ao esforço e empenho de promover as mudanças necessárias para a libertação das mulheres.

Os dois também incluíram em suas falas palavras semelhantes sobre a esperança de tornar o Brasil uma grande nação. “E dar passos maiores ainda nos direitos das mulheres para que homens e mulheres – ombro a ombro – construam essa nova sociedade”, disse Renato Rabelo.

Ele destacou que, “para o PCdoB, a emancipação da humanidade leva tempo histórico maior, mas, nessa perspectiva, podemos avançar e conquistar mais. Nosso programa define rumo e caminho. O rumo é a transição ao socialismo e o caminho é avançar nas conquistas”, explicou o dirigente comunista.

Segundo ele ainda, reproduzindo a fala da presidente Dilma Rousseff, “o aspecto mais importante da continuidade do governo Lula é avançar. Avançar para nova formação econômica, política e social”.

Capitalismo e ditadura

Também o presidente do PCdoB e a ministra da SPM falaram sobre a crise do capitalismo. Para os dois, essa crise econômica demonstra claramente que o sistema está exaurido.

Para Renato Rabelo, “a realidade do capitalismo demonstra isso, com a crise que começou em 2008 e que continua, se aprofunda e vive agora a fase mais aguda. Não sabemos os desdobramentos da crise porque quem comanda são as forças que foram responsáveis pela crise. É preciso tirar essas forças rentistas da condução da crise senão não encontraremos saída para a crise”.

A ministra Eleonora Menecucci destacou que essa semana, com a instalação da Comissão da Verdade, foi a mais importante na reconquista da democracia. Importante para todas nós, enfatizou, e, reproduzindo a fala da presidente Dilma Rousseff, disse que “não podemos viver com pais sem filhos, filhos sem pais e túmulos sem corpos”, sendo aplaudida de pé pela platéia.

A ministra encerrou sua fala, parabenizou o PCdoB: “Por tudo isso que vocês estão fazendo e dando exemplo para outros partidos”.

Outras mensagens

A solenidade, que encheu o grande auditório do Centro de Convenções Brasil 21, na área central de Brasília, começou com a execução do hino nacional pela Banda Visual Ylé, que tocou o hino ao ritmo de samba reggae.

Liége Rocha leu duas cartas de congratulações ao evento. O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, e a vereadora de São Paulo, Leci Brandão, enviaram cumprimentos às participantes e destacaram a importância da conferência nacional como estímulo aos avanços que as mulheres tem alcançado nos últimos anos.

Após as palavras iniciais de Liége Rocha, saudando as participantes, a senadora Vanessa Grazziotin (AM) foi convidada a falar. Em sua fala, ela destacou que o PCdoB é o partido que tem a maior representação percentual em suas bancadas. E destacou a importância para a luta das mulheres brasileiras se ter na Presidência da República uma mulher e o que isso representa na busca de uma vida mais digna, de igualdade de status no mundo do trabalho e de poder em todos os setores.

A vice-presidente do PCdoB e líder do Partido na Câmara, deputada Luciana Santos (PE), em seu discurso, destacou a subrepresentação das mulheres no parlamento. “Daí a necessidade de travar essa luta política. Por isso, precisamos cada vez mais ocupar lugares estratégicos para focar os desafios nacionais”, disse, lembrando que nas próximas eleições municipais, dos sete candidatos do PCdoB nas capitais brasileiras, quatro são mulheres e em centros importantíssimos do Brasil, como Salvador (BA) com Alice Portugal; Porto Alegre (RS), com Manuela D’Ávila; Goiânia (GO) com Isaura Lemos e Florianópolis (SC) com Ângela Albino.

 O grupo Virtual Ylê cantou o hino nacional em ritm o de samba reegae.

Márcia Xavier
Da Redação do Vermelho em Brasília
Fotos de Leonardo Brito