PCdoB reúne Comissão Política e discute prioridades eleitorais

No mesmo dia em que se inicia a 2ª Conferência Nacional de Mulheres do Partido Comunista do Brasil, em Brasília, a Comissão Política Nacional do partido realiza nesta sexta-feira (18) uma reunião de trabalho na qual atualiza a orientação política e planifica a campanha eleitoral, com destaque para o embate pelas prefeituras e câmaras municipais em outubro próximo.

A reunião conta com a presença de três pré-candidatos do PCdoB a prefeituras municipais: Inácio Arruda (Fortaleza), Manuela D´Ávila (Porto Alegre) e Ângela Albino (Florianópolis).

Ao realizar o balanço sobre a fase preliminar da batalha eleitoral de 2012, a Comissão Política do PCdoB decidiu priorizar estas três candidaturas majoritárias. Segundo o presidente nacional do PCdoB, Renato Rabelo, “são candidaturas que se afirmam nas pesquisas de opinião pública, reúnem significativos apoios políticos e mobilizam amplas bases sociais, criando condições para ir ao segundo turno e disputar com possibilidades de vitória”.

Também Olinda, onde o PCdoB governa há três mandatos, assume feição de batalha prioritária e estratégica para os comunistas no pleito de 2012.

Alcançam importância também as batalhas majoritárias em Salvador (BA), Aracaju (SE), Macapá (AP), São Paulo (SP), Goiânia (GO) e em cidades médias, destacadamente Juazeiro (BA), Crateús (CE), Contagem (MG), Campina Grande (PB), Abreu e Lima (PE), Foz do Iguaçu (PR), Nova Iguaçu (RJ), Caxias do Sul (RS), Jundiaí (SP), entre outras.

Crise do capitalismo e quadro político

O presidente nacional do PCdoB destacou a necessidade de, partindo do apoio político ao governo da presidente Dilma Rousseff e às medidas que tem tomado de enfrentamento aos banqueiros, impulsionar o governo a realizar a missão para a qual foi eleito, ir adiante e dar novos passos na realização de mudanças.

Os comunistas debatem a crise do capitalismo – “profunda e estrutural, uma crise que se desdobra, passa por seguidas fases agudas, e parece interminável”, assinala Rabelo.

O dirigente comunista ressaltou que “os conservadores e neoliberais não encontraram saídas para a crise”. Ele indica que poderosos círculos financeiros determinam a lógica atual do capitalismo. “Nunca o Estado capitalista foi tão rápido em abundância de recursos para proteger essa gente. Já se gastou em torno de US$ 10 trilhões em resgate dos bancos. Mesmo assim, não encontram saídas e a crise só se aprofunda”, disse Rebelo.

Examinando os casos concretos da crise na Europa, o presidente do PCdoB adverte que um agravamento ainda maior da situação na Grécia e a eventual saída desse país da chamada zona do euro poderia ser pior para o sistema do que foi a quebra do banco Lehman Brothers, em 2008. “A incerteza aumenta e o desdobramento é imprevisível”, afirma.

A crise econômica passou ao plano político e a orientação neoliberal é abertamente questionada em embates eleitorais e nas ruas.

Na discussão da direção comunista, ressaltou-se que a crise do capitalismo já repercute nos países chamados emergentes, que começam a ser afetados. Há um arrefecimento do ritmo do crescimento econômico da China e o Brasil também é atingido.

No exame da situação política brasileira, diz Renato Rabelo, “é bom salientar que no segundo ano do seu mandato, a presidente Dilma vai consolidando sua autoridade perante a nação e sua base política e social, como demonstram as pesquisas de opinião pública que revelam crescente apoio da população à presidente”.

Na avaliação da direção comunista, Dilma está mais à vontade e confiante, imprimindo comando político e administrativo e organizando uma agenda política que dá a marca de seu governo.

Segundo Rabelo, Dilma iniciou uma trajetória nova que visa a reorientar a macroeconomia brasileira para superar os três grandes entraves ao desenvolvimento do país: as elevadas taxas de juros, o câmbio valorizado e o arrocho fiscal. Na esfera econômica, a presidente toma a ofensiva e denuncia o papel nefasto dos banqueiros.

Por outro lado, revelando uma tendência à conciliação e à moderação quanto aos conflitos sociais e políticos, Dilma tem procurado firmar um pacto tácito de não-agressão com a oposição, na tentativa de neutralizá-la. Mantém a mesma linha com relação à mídia.

Por tudo isso, Rabelo considera que Dilma vai se tornando legítima candidata à reeleição em 2014, o que significa que o ciclo político aberto com a eleição de Lula em 2002 pode se estender bastante.

Quanto à oposição, na opinião de Rabelo, está se marginalizando, encontra-se isolada, sem forças e mostra-se totalmente perdida, a tal ponto que os seus principais pré-candidatos à presidência da República, José Serra e Aécio Neves, têm negado publicamente esse propósito.

“O maior ideólogo da oposição, FHC”, diz Renato Rabelo, “sem enxergar uma saída política para seus impasses, esbraveja abstrações, e alinhava argumentos teorizando sobre uma pós-economia, uma pós-política, onde não há mais razão da existência de partidos”. “FHC está atordoado, aturdido.”

A Comissão Política do PCdoB aprovará uma resolução política enfatizando a mobilização do povo e da nação em torno de uma agenda pelo desenvolvimento e a retomada da industrialização do país, o que requer a formação de uma ampla frente política e social. Além de uma série de medidas relacionadas com o crescimento econômico, os comunistas propõem continuar a luta pela redução da jornada de trabalho sem a diminuição dos salários, o fim do fator previdenciário e a continuidade da política de valorização do salário mínimo.

da Redação do Vermelho, com informações da Presidência Nacional do PCdoB