Pesquisadores cubanos voltam a participar de Congresso nos EUA

Convocados pela Associação de Estudos Latino-Americanos, acadêmicos de diversos países em San Francisco realizam desde esta quinta-feira (23) uma análise multidisciplinar sobre as perspectivas da América Latina.

Como elemento significativo, pela primeira vez desde 2003, voltam a território estadunidense acadêmicos cubanos residentes na ilha, depois de um período no qual isto foi impossível porque as autoridades estadunidenses se negavam a outorgar os vistos. As restrições motivaram a Associação de Estudos Latino-americanos (Lasa, por suas siglas em inglês) a retirar os encontros de território estadunidense, para garantir a presença dos cubanos desde o 26º congresso realizado no Porto Rico.

Nesta ocasião, mais de 70 acadêmicos receberam vistos do governo de Barack Obama, que foram negados a uma dezena, segundo organizadores da reunião que se estenderá até o próximo 26 de maio. A reunião constitui também motivo para marcar 35 anos do intercâmbio acadêmico entre cubanos e estadunidenses, um processo que nadou contra uma forte corrente, no contexto de pressões dos governos estadunidenses contra a ilha.

Acadêmicos de ambos países entrevistados pela Prensa Latina, defendem a preservação desta cooperação considerada um das escassas pontes entre ambas nações a favor de uma normalização dos vínculos que ainda não está no horizonte.

A volta do evento acadêmico a território estadunidense com presença dos cubanos coincide com o 30º congresso da Lasa, dedicado à comemoração do bicentenário da independência de muitos países da região, uma oportunidade para promover a unidade, relembrar a história e fazer previsões.

A convocação expressa que na reunião de San Francisco se propõe a analisar o passado e prognosticar o futuro, assim como debater sobre os conceitos de independência, revolução e identidade nacional.

Especialistas de diversas disciplinas se dispõem também a abordar o papel da América Latina no panorama econômico mundial e o poder e limitações das instituições democráticas. As áreas temáticas do congresso incluem, entre outras, povos afro-latinos e indígenas, biodiversidade, migração, religião, sexualidade e movimentos sociais.

Fonte: Prensa Latina