Almir Fernando debate mortalidade materna na Câmara
Para lembrar o Dia Nacional da Redução da Mortalidade Materna, comemorado em 28 de maio, o vereador Almir Fernando (PCdoB) manifestou na tarde desta terça-feira 29, na Câmara do Recife, preocupação com o número de mortes, ainda alto, e que desafia o Sistema de Saúde Brasileiro
Publicado 01/06/2012 14:09 | Editado 04/03/2020 16:56
A mortalidade materna é usada para aferir e monitorar a qualidade dos serviços de saúde prestados à população. A vereadora Vera Lopes (PPS) ressaltou que o número de maternidades municipais é pequeno, sendo apenas três na cidade, e a vereadora Aline Mariano (PSDB) sugeriu que fosse realizada uma audiência pública para discutir, além das mortes das gestantes, o controle de natalidade e a incidência de câncer de mama e de útero.
Almir Fernando explicou que as mortes maternas são aquelas que acontecem devido a complicações da gestação no parto ou até 42 dias após o término da gravidez. “As causas dos óbitos podem ser hipertensão arterial, hemorragias, infecções que acontecem depois do parto, aborto e doenças circulatórias complicadas pela gravidez ou pelo parto. Os problemas seriam evitáveis se tivessem políticas públicas adequadas à qualidade do atendimento”.
Ele lembrou ainda que esse tipo de mortalidade é tão preocupante que este ano passou a fazer parte da agenda oficial do SUS (Sistema Único de Saúde). “Com isso, os gestores municipais e estaduais deverão propor estratégias para reduzir o óbito de mães brasileiras. A primeira será definir o mesmo local para a realização do pré-natal e do parto da gestante”.
No Brasil, apenas 11 das 27 capitais brasileiras possuem Comitês de Mortalidade Materna atuantes. Essa comissão é responsável por identificar problemas regionais e elaborar estratégias para solucioná-los. “A capital pernambucana tem motivos de sobra para comemorar. O número de óbitos por complicações durante a gravidez, parto e puerpério no Recife atingiu o menor índice dos últimos quatro anos. Enquanto em 2008 a cidade registrava 71,87 mortes para cada grupo de 100 mil nascidos vivos, esse número diminuiu atualmente para 40,48 em 2011. Uma redução que ultrapassa os 40%”.
Apesar desses avanços, a vereadora Vera Lopes (PPS), que também é médica, lembrou que no Recife há apenas três maternidades municipais, o que segundo ela, obriga às mulheres a perambularem pela rede pública em busca de uma maternidade. “Elas vão para outros municípios. Daqui a pouco não teremos mais recifenses. Os exames do pré-natal demoram até três meses para serem analisados, pois faltam médicos e isso é inadmissível”.
Aline Mariano (PSDB) afirmou que a mortalidade materno-infantil ainda é alta, apesar do número de mulheres atendidas na atenção básica ter aumentado. “Sugiro que se faça uma audiência pública sobre a saúde da mulher em geral, para discutir”.
Fonte; www.almirfernando.com