Eleições devem ter foco, imagem e conteúdo, analisa PCdoB

O debate sobre “Como inovar na comunicação eleitoral” no Seminário Nacional de Comunicação e Mídia que o PCdoB, realizado neste final de semana, em São Paulo, reuniu a líder do PCdoB na Câmara, deputada Luciana Santos, e o publicitário Mauro Panzera. Os dois foram convergentes em vários aspectos sobre a preparação da campanha que deve ser dividida em fases e exige planejamento, além de determinação de foco, imagem e conteúdo.

Eleições devem ter foco, imagem e conteúdo, analisa PCdoB - Octavio Leal Neto

Outros dois aspectos importantes da campanha, também apresentados pelos dois palestrantes, são de que a campanha exige recursos financeiros e criatividade.

A deputada disse que a campanha se divide em fases e que não se deve acumular os problemas de cada fase, porque aumentam as chances de derrota. E explicou, de forma didática, que o foco é o carro-chefe – a ideia-força que define identidade com o eleitorado e o aproxima. A partir daí, fica mais fácil desenvolver a campanha, avalia Luciana Santos.

Ela também destacou a importância de politizar a campanha, “porque a gente pauta o adversário. Sem foco, a gente se contamina pela pauta do adversário, para o qual não está preparado, muda o caminho e não enfrenta o desafio”. E que a fonte da propaganda são os fatos políticos, por isso sofre alterações ao longo da campanha.

A ideia-força tem que remeter ao subconsciente, os sentimentos e expectativas da população. “Para sensibilizar e conquistar o eleitor”, explicou, lembrando que os desejos e temores da população devem ser considerados. Mas lembrou que a propaganda tem duas vertentes, a que ela definiu como nazista, que é muito ligada a emoção; e a nossa, que é racional.

Ela disse que o candidato tem que ser conhecido e ter identidade, mas que a imagem tem que ter autenticidade e credibilidade. Não adianta construir uma imagem que não corresponde ao real.

As alianças e a chapa de vereadores é também muito importante, lembrou Luciana, afirmando que a chapa de vereadores deve ser montada com um ano de antecedência porque ela determina as alianças, que são também muito importantes, principalmente para o PCdoB que dispõe de menos recursos financeiros.

Importância da pesquisa

Mauro Panzera reafirmou as palavras de Luciana, citando várias vezes a fala dela, e destacou, em sua fala, a necessidade da profissionalização das campanhas que inclui o uso de pesquisas.

Ele lembrou que a profissionalização das eleições não representa uma ciência exata e muda a cada eleição. Segundo ele, se todos os candidatos seguiram as regras básicas a disputa seria empate. “Existe espaço para criatividade e a cada eleição se constrói um pouco mais dessa ciência”. E criticou a opinião do publicitário Duda Mendonça de que na campanha, quem bate, perde.

“A eleição conta sua história e desmente o que existe de preestabelecido hoje”, afirmou, dizendo que a sugestão para quem está se preparando é utilizar as pesquisas quantitativas e qualitativas “que dão o desenho do que está acontecendo que nem sempre combina com a nossa opinião ou percepção”.

“Com o máximo de informação o candidato define foco”, explica, acrescentando que se o PCdoB quer divulgar o programa do Partido, que é muito longo, tem que escolher dentro disso o foco e o seu comportamento. “E tudo deve caber em meia folha de papel, em 30 segundos”, enfatiza. E garante que se o candidato fez a leitura correta das pesquisas, ele entra na disputa de forma competitiva.

De São Paulo,
Márcia Xavier