Presidente afegão critica massacre de civis pela Otan

O presidente Hamid Karzai qualificou, nesta quinta (7) de injustificável o massacre de 18 civis afegãos perpetrado por ataques aéreos da Força Internacional de Assistência à Segurança (Isaf) contra uma aldeia da província de Logar.

Em um comunicado presidencial distribuído em Cabul, Karzai condenou como inaceitável e intolerável a matança. Criticou a Otan por incapacidade em proporcionar uma explicação para as caminhonetes carregadas com corpos de mulheres e meninos que os habitantes mostraram aos jornalistas.

Os habitantes exibiram à mídia os 18 cadáveres, entre eles, cinco mulheres, sete crianças e seis homens.

Um porta-voz da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), o comandante James William, confirmou a operação, ainda que só tenha admitido que seis insurgentes morreram e três militares foram feridos.

No entanto, o chefe da polícia de Logar, a cerca de 80 quilômetros de Cabul, o general Ghulam Sakhi Rogh Liwanai, denunciou à imprensa que 18 membros da família do líder tribal Basir Akhundzada faleceram durante uma operação das forças da Isaf, apoiadas pela aviação, na busca a um dirigente talibã no distrito de Baraki Barak.

Segundo o presidente afegão, que se encontra em Beijing, "os ataques da Otan que causam perdas humanas e materiais entre os civis não podem ser justificados ou aceitos sob nenhuma circunstância".

A nota oficial afirma que o estadista "encurtará sua viagem à China", onde se encontra convidado a participar na Organização de Cooperação de Shanghai (OCS) e "regressará rapidamente ao país".

Essa denúncia acontece no momento que o secretário de Defesa dos Estados Unidos, León Panetta, chegou inesperadamente a Cabul, no marco de um percurso por vários estados asiáticos.

Os civis afegãos são as principais vítimas da invasão e da ocupação dos Estados Unidos e seus aliados desde outubro do 2001. De acordo com estatísticas da ONU, cerca de 3.021 pessoas morreram pela violência em 2011, um recorde em quase 11 anos de combate.

Desde 2007, mais de 12 mil civis perderam a vida por ataques aéreos dos Estados Unidos e da Otan e nas operações noturnas que realizam, bem como por explosivos colocados em estradas e outros estabelecimentos militares nesta nação islâmica centro-asiática.

Com Prensa Latina