Parada do Orgulho LGBT completa 15 anos em São Paulo

Desde 1997, pessoas lotam a Avenida Paulista para reivindicar direitos de forma alegre e descontraída; neste domingo, ocorre a 16˚ edição do evento.

Em 1997, algumas centenas de lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais (LGBT) e simpatizantes (heterossexuais apoiadores da causa arco-íris) foram à Avenida Paulista para reivindicar direitos e denunciar a discriminação.

Abaixo, na parada de 1998, apenas parte da Avenida Paulista era interditada e ônibus e carros circulavam por ela. Foto: Milton Michida/AE

Em 2012, esse fato completa 15 anos. Nesse intervalo, as centenas de pessoas agigantaram-se para a casa dos 3 milhões – de acordo com a Associação da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo -, a marcha tornou-se o segundo evento mais lucrativo para os cofres municipais e o maior do gênero no mundo, e o Brasil avançou! Em 2011, por exemplo, a união estável entre pessoas do mesmo sexo começou a valer.

A parada, que celebra o Dia Internacional do Orgulho LGBT, 28 de junho, com seu jeito alegre e trios elétricos que ecoam música de boate, redefiniu o conceito de ato político. Dançar, abraçar e reivindicar começaram a fazer rima também no universo das lutas sociais.

Críticas a respeito dessa mistura há! Mas o professor do Departamento de Antropologia da USP e autor do livro Na trilha do arco-íris, Júlio Simões, desmonta-as. "A Parada é uma forma de expressão pública peculiar, que combina alegria com orgulho e cidadania e reitera a presença LGBT na vida pública. E ela ainda é turística e usa recursos do carnaval. Ela tem de ser compreendida nessas suas dimensões tensas. Se hoje falamos cada vez mais dos direitos LGBT, isso certamente se deve muito à existência da parada."

Neste domingo, 10, a Avenida Paulista e a Rua da Consolação (o evento encerra-se na Praça Roosevelt) ficarão tomados novamente por uma multidão colorida e animada, alguns preocupados com a fantasia, outros com o som dos DJs dos trios elétricos, mas todos imbuídos do mesmo espírito de celebração de que todos somos iguais.

Casal gay coberto por bandeira se beija durante manifestação no Dia Internacional Contra a Homofobia, em Quito, Equador. Foto: Dolores Ochoa – 17.mai.2012/AP

Fonte: Estadão

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