Justiça abrirá testamento de Pinochet no Chile
O Conselho de Defesa do Estado (CDE) do Chile pediu pela segunda vez a reabertura do testamento do ex-ditador Augusto Pinochet, depois de constatar em abril que a última modificação somente serviu para mudar o testamenteiro.
Publicado 13/06/2012 12:13
A solicitação do CDE se refere ao texto de 2002, onde efetivamente estaria registrado o montante da fortuna e quem seriam seus herdeiros.
A juíza do Terceiro Juizado Civil de Santiago, Soledad Araneda, fixará a audiência para os próximos dias. Nela, deverão estar presentes o tabelião Humberto Quezada, as testemunhas Jorge Aguillera e Carmen Carmona, amigos da família que estavam presentes no dia em que Pinochet redigiu o testamento, além da nova testamenteira Julia Hormazábal.
No último mês de abril, o documento aberto é o que havia sido modificado em 2005, um ano antes de sua morte. Hormazábal foi nomeada no lugar de seu braço direito, Oscar Aiten, que foi processado por ajudar a esconder o dinheiro que Pinochet guardava no exterior sob pseudônimos.
A solicitação da CDE integra as investigações sobre a origem do patrimônio do ex-ditador, acusado de fraudes ao fisco e desvio de fundos públicos. Sua fortuna foi fixada pelo juiz do caso, Manuel Valderrama, em US$ 26 milhões (cerca de R$ 52 milhões), mas seus bens móveis estão embargados desde 2004.
Seus familiares discordam da abertura do testamento enquanto o embargo persistir e para evitar conflitos entre os filhos. Eles afirmam que os bens de Pinochet foram obtidos de forma lícita, a partir de investimentos.
Fonte: Ansa