Apoio de Maluf gera polêmica e desconforto em Erundina

A oficialização nesta segunda-feira (18) da entrada do PP, do deputado federal Paulo Maluf, na coligação liderada por Fernando Haddad (PT) à Prefeitura de São Paulo gerou polêmica e insatisfação.

A deputada federal Luiza Erundina (PSB), anunciada nesta sexta-feira (15) como candidata a vice-prefeita na chapa de Haddad, declarou à imprensa, nesta segunda, que pretendia rever a posição de participar da campanha eleitoral, mas que só irá se pronunciar sobre a possível desistência após se reunir com a direção de seu partido. A ex-prefeita é adversária histórica de Maluf e já afirmou que vai se sentir "desconfortável" se subir no mesmo palanque que o deputado.

Mais tarde, em entrevista à Radio Brasil Atual, ela disse que não iria recuar. “Vou manter a decisão, porque é uma decisão partidária. Vou me empenhar e fazer o melhor que puder para dar minha contribuição, mas vou procurar demarcar campos. De um lado está o seu Maluf; de outro lado estaremos nós e os setores da sociedade que não concordam, ao meu ver, com essa aliança”. Erundina ressaltou que a decisão de incluir Maluf na coligação foi à sua revelia e representa “um desestímulo”.

Alianças

Em entrevista à TV Bandeirantes, Haddad defendeu a aliança entre o PT e o PP: "não fazemos alianças com pessoas, fazemos com partidos. Em janeiro eu disse que queria o maior apoio possível da base aliada do governo Dilma, da qual o PP faz parte. Estava incomodado com o apoio que o Kassab queria nos dar, porque ele não é da base e aquela mudança parecia impraticável. Com critério, em uma democracia, procuramos sempre formar um governo de maioria. Eu converso com todo mundo para o bem do país. Tem dois projetos no Brasil: um representado pelo PT e outro pelo PSDB e seus aliados.", analisou o petista.

Em seu blog, o ex-ministro José Dirceu ressaltou que seria um grave erro negar a política de alianças do PT. “O motivo não pode ser a negação de nossa política de alianças e de governo de coalizão. Aí seria negar nossas vitórias conquistadas graças a alianças em 2002, 2006 e 2010, bem como nossos três governos de coalizão, os dois do presidente Lula e o 3º, agora, da presidenta Dilma Rousseff”.

José Dirceu criticou ainda a discussão pública sobre os rumos da campanha eleitoral. Segundo ele, “deflagrá-la em torno disso e em público, significa dar armas ao adversário. Melhor é fazê-lo na coordenação e na direção política da aliança e da campanha. Estes são o foro, as instâncias apropriadas, ideais para discutir e ver como resolver uma questão dessas”.

A aliança com o PP foi fechada nesta segunda na casa de Maluf, no Jardim Europa, com a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do presidente do PT, Rui Falcão, além de malufistas históricos, como o vereador Wadih Mutran (PP).

Da redação,
com informações das agências