Justiça marca depoimento de Cachoeira para 24 de julho

O depoimento do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, na Justiça Federal de Goiás, foi marcado para o dia 24 de julho, às 9 horas. A data foi definida pelo juiz Alderico Rocha Santos, da 5ª Vara Federal em Goiás, que assumiu nesta terça (19) a ação penal.

No final de maio, uma liminar do desembargador Fernando Tourinho Neto, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), suspendeu a oitiva do empresário e de outros réus do processo.

O desembargador alegou que faltavam algumas diligências no processo em relação a dados telefônicos. Ele também determinava que Cachoeira tinha direito a pelo menos quatro horas de conversa reservada com seus advogados no Presídio da Papuda, em Brasília, onde está detido.

Alderico Rocha Santos assumiu o processo após o juiz Leão Aparecido Alves, titular da 11ª Vara, onde corre o processo, ter se declarado suspeito de conduzir o caso. Leão é amigo de um dos investigados, o empresário José Olímpio de Queiroga Neto, suspeito de ser o responsável pelo gerenciamento das casas de jogos de Carlinhos Cachoeira no entorno do Distrito Federal.

O troca-troca na Justiça se deve às ameaças recebidas pelo juiz Paulo Augusto Moreira Lima, responsável pela Operação Monte Carlo e que determinou a prisão de Carlinhos Cachoeira no fim de fevereiro. Lima se afastou do caso mesmo após ter pedido reforço em sua segurança pessoal.

Em ofício encaminhado ao corregedor-geral do TRF1, Carlos Olavo, o juiz Moreira Lima relata que segue esquema rígido de segurança por recomendação da Polícia Federal, mas revela que sua família foi abordada por policiais e diz que foi alertado da possibilidade de sofrer represálias nos próximos meses.

Nesta quarta-feira (20), Rocha Santos divulgou nota afirmando que vai acelerar a tramitação da ação e que deve finalizar a primeira parte do caso até julho. De acordo com o comunicado, como o magistrado ainda não deixou o posto no qual é titular, na 5ª Vara Federal Criminal em Goiás, há outros compromissos agendados no segundo semestre, além de férias.

O magistrado assume o caso com 53 volumes para ler. Nessa fase de instrução, ele terá de avaliar as provas colhidas pela Polícia Federal e ouvir os depoimentos de testemunhas e réus. A partir de agosto, segundo a nota do magistrado, os advogados farão as alegações finais e o juiz fará seu voto. "Serão asseguradas todas as garantias constitucionais e legais dos acusados, já que haverá tempo suficiente para o estudo do processo", detalhou Rocha Santos.

Informações da Agência Brasil e do Portal Terra