Jô Moraes defende ousadia na economia: fim dos juros

“É preciso estancar a sangria de US$236 bilhões anuais com o pagamento de juros da dívida pública brasileira. É preciso ter a atitude ousada de colocar a industrialização no núcleo central das preocupações com o desenvolvimento e modernização do Brasil”. A declaração da deputada Jô Moraes (PCdoB-MG) foi feita em discurso na Câmara, ao citar as principais bandeiras defendidas por seu partido, o PCdoB, para que o Brasil não fique refém da crise econômica mundial que já apresenta reflexos no País.

 Embora reconheça os esforços do governo da presidente Dilma Rousseff , inclusive com “medidas corajosas”, Jô Moraes advertiu que é preciso mais, ao registrar documento do PCdoB em prol do desenvolvimento nacional com a manutenção dos empregos e da renda dos trabalhadores.

Ela destacou que “a preocupação central que precisamos ter diante dessa crise está relacionada às respostas que serão dadas pela zona do euro e também ao impacto que essa crise poderá ter no Brasil”.

“É preciso ter uma atitude ousada de colocar a industrialização no núcleo central das preocupações com o desenvolvimento e modernização do Brasil. Assistimos à crise da indústria, paulatinamente reduzindo seus crescimento e expansão, particularmente a indústria de bens de capital”, avalia a parlamentar.

Atitude correta

Para ela, a atitude correta é defendia pelo PCdoB, que apresenta um projeto para fazer da indústria brasileira o núcleo central de estímulo ao desenvolvimento e ao crescimento nacional.

“Não basta apenas a pura e simples redução da taxa Selic. É preciso que a gente estanque a sangria de 236 bilhões de dólares de pagamento da dívida pública brasileira. É preciso tomar iniciativas de fato para que a indústria tenha incentivos, incrementos, inovação tecnológica. E que essas prioridades estejam no coração das preocupações do Governo”, propôs a deputada.

E criticou as medidas adotadas pelos governos da zona do euro, “que só aprofundam a crise, com arrocho fiscal cada vez maior, para que com isso garantam recursos e o pagamento das dívidas aos bancos, como declarou a premiê da Alemanha, Angela Merkel”, afirmou. Segundo a parlamentar, essas medidas tornam os trabalhadores da Europa cada vez mais reféns dessa conjuntura.

Para Jô Moraes, diante desse processo, a presidente Dilma tem tomado medidas corajosas, como a alteração da política macroeconômica vigente no País, que só favorecia o sistema financeiro. E destacou que os dados, tanto do mercado como das instituições governamentais, estão indicando certa redução na perspectiva de crescimento econômico do Brasil, neste 2012.

“Se inicialmente, a projeção era atingir uma taxa de 4,5%, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, acena ser possível chegar a 3%, e os chamados mercados apontam para índices que variam de 2,5% a 2,3%”, destacou, reafirmando a necessidade de mais “ousadia” nas políticas governamentais.

De Brasília
Márcia Xavier