Quilombolas pedem proteção em frente a sede do governo

Cerca de 100 quilombolas, que estavam acampados na sede do Instituto de Colonização e Terras do Maranhão (Iterma), no centro de São Luís, fizeram uma manifestação no final da tarde de ontem (21), na Avenida Pedro II, em frente ao Palácio dos Leões. Os protestantes, ao som de cânticos entoados por integrantes do grupo, pediram proteção e resolução para os processos de titulação de terra que estão engavetados.

Protesto Quilombola MA

“O território quilombola tem 300 processos engavetados, que tratam da titulação de terra. Também queremos proteção, pois no ano passado sete quilombolas foram assassinados; e neste ano mais sete foram mortos”, contou Manoel de Jesus Lopes, um dos representantes do grupo Moquibom e Quilombo Janaubeira, do município de Santa Rita. Segundo ele, todas as mortes foram motivadas por conflitos de terras e a comunidade quilombola não possui qualquer tipo de proteção policial.

“Viemos denunciar a violência no campo, as ameaças de mortes que sofremos, o numero alto de mortes. Pedimos para que a polícia investigue esses crimes, que nunca foram solucionados. Nós temos dificuldade até para registrar um Boletim de Ocorrência”, disse Naildo Braga Correia, também do grupo Moquibom. Na última quarta-feira (20), os quilombolas estiveram reunidos com representantes do sistema de segurança, onde apresentaram suas reivindicações.

A manifestação pacífica foi realizada no final da tarde, após a desocupação do Iterma. Agora, os quilombolas de 52 comunidades, a maioria da Baixada Maranhense, retornam às suas terras e garantem que vão continuar lutando por suas reivindicações. “Vamos lutar, não vamos parar. A gente quer evitar o genocídio ético”, completou o quilombola Naldo Correia. (Por Valquíria Ferreira)

Fonte: Blog do John Cutrim