Sem acordo, policiais bolivianos continuam amotinados

O motim policial continua neste sábado (23) na Bolívia após o fracasso do diálogo iniciado na sexta-feira e que não resultou em acordo entre os oficiais e o Governo, apesar de ter havido algum progresso com relação ao aumento salarial.

O governo propôs elevar o salário mínimo dos agentes até os dois mil bolivianos (cerca de 287 dólares), mas, depois de sete horas de negociações, tudo voltou à estaca zero. Espera-se novos protesto dos policiais neste sábado.

A razão fundamental da falta de consenso foi a variedade das petições dos amotinados, que primeiro exigiam a nivelação de seus salários com os dos militares e depois uma aposentadoria com 100% da renda, mas, após desentendimentos, mudaram de parecer.
Os amotinados provocaram danos consideráveis em diferentes dependências policiais, incluído o Ministério de Governo. Entre outras ações, queimaram documentos,
computadores e móveis. Estes incidentes fizeram mudar a condução das demandas e converteu em prioridade a derrocada da Lei 101 do Regulamento Disciplinário, com a intenção de que os culpados não sejam castigados.

A posição dos policiais foi censurada pelos movimentos sociais e pela população, pois várias das principais cidades do país permaneceram sem proteção, obrigando a que bancos e outras dependências fechassem suas portas, já que habitualmente contam com agentes da ordem pública.

Retrospectiva

A revolta começou ao meio-dia desta quinta-feira, quando uns 30 agentes encapuçados e 10 de suas esposas tomaram pela força a Unidade Tática de Operações Policiais (Utop), próxima à Chancelaria, e a apenas uma centena de metros do Palácio de Governo e da Assembleia Legislativa.
Em princípio não passavam de 40 pessoas, mas na sexta-feira à tarde o número cresceu e o grupo realizou uma marcha com 150 pesssoas por várias ruas de La Paz. Aos amotinados somaram-se outras pessoas, que incitavam a continuar com o saque de outras instituições, ainda que os líderes da revolta tennham conseguido manter a calma, chamando os manifestantes  à sensatez.

Com informações da Prensa Latina