Avião turco derrubado espionava Síria, diz especialista britânico

O avião turco derrubado pela Síria provavelmente sobrevoava esse país em uma operação de localização de radares e mísseis da nação árabe, argumentou nesta terça-feira (26) Charles Heyman, especialista em temas de segurança e defesa.

"Sim, é possível que estivesse no espaço aéreo sírio no momento de ser derrubado", afirmou Heyman, citado pela BBC de Londres.

O estudioso de temas de segurança opinou que nenhum dos dois países diz 100% da verdade sobre o incidente.

"É difícil achar que uma bateria antiaérea fosse capaz de detectar este avião, disparar e destruí-lo; o mais provável é que fosse derrubado por um míssil", comentou.

"Esses equipamentos não têm autorização para disparar até que não exista a certeza de que estão diante de um avião hostil, e é necessária uma autorização do Ministério de Defesa para disparar", concluiu.

Os pontos de vista de Heyman sobre a presença do avião turco em território sírio quando foi derrubado parecem corresponder com a posição moderada assumida pela Turquia apesar de suas acusações e da busca de apoio na Otan.

"A resposta turca não deve ser vista como um sinal de fraqueza", expressou o premiê, Recep Tayyip Erdogan, no parlamento, onde reiterou o qualificativo de "ato hostil" de Damasco ao se referir ao incidente.

No entanto, em uma reunião convocada pela Turquia, a Otan condenou com dureza nesta terça-feira a derrubada da nave pela defesa antiaérea síria, segundo expressou o secretário geral da aliança, Anders Fogh Rasmusesen.

O chefe do pacto militar do Atlântico Norte fez suas declarações ao final de uma reunião de representantes realizada em Bruxelas.

Ancara enviou também uma carta ao Conselho de Segurança das Nações Unidas na qual faz referência "à paz e a segurança na região", segundo a Rádio Turquia Internacional.

Mas o documento não pede que o Conselho tome nenhuma ação, segundo informou a BBC.

Por sua vez, a chefa da diplomacia europeia, a britânica Catherine Ashton, e o ministro de Relações Exteriores alemão, Guido Westerwelle, fizeram um chamado à calma e pediram uma resposta contida das autoridades turcas.

Desde Istambul, o jornalista Jonathan Head opinou que a Turquia busca conseguir o máximo apoio de seus aliados atlantistas, mas qualificou de moderadas as opções reais de reagir à Síria.

Fonte: Prensa Latina