Jovens lutam por melhor educação em manifestação e audiências

Os estudantes e jovens que participaram da manifestação em Brasília na manhã desta terça-feira (26), estendem a programação, no período da tarde, para o acompanhamento da votação dos destaques do Plano Nacional de Educação (PNE), na comissão especial da Câmara dos Deputados. Eles também participaram de audiência com o ministro da Educação, Aloízio Mercadante, quando apresentaram as reivindicações da categoria.

Jovens lutam por melhor educação em manifestação e audiências - Agência Brasil

Segundo André Vitral, diretor de Relações Institucionais da União Nacional dos Estudantes (UNE), o ministro pediu prazo de 15 dias para responder as reivindicações dos estudantes que listaram todos os problemas e demandas das 59 universidades federais, o que resultou em uma pauta de reivindicação com 140 itens.

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Os estudantes saíram da audiência satisfeitos com a realização do encontro, mas destacaram que é preciso que o ministro apresente resultados positivos e práticos sobre as reivindicações dos estudantes. Ao mesmo tempo, entraram na reunião de apreciação do PNE preocupados com a realização da audiência.

É preciso, antes de tudo, garantir quórum para começar a votação dos destaques, explicou André Vitral, diante do Plenário lotado de manifestantes e sem nenhum parlamentar. Ele disse que existe uma “manobra” dos parlamentares de não comparecerem a reunião para evitar a votação dos destaques.

Principal destaque

O principal destaque a ser votado é o que garante os 10% do Produto Interno Bruto (PIB) para investimentos federais em educação. A Comissão Especial sobre o Plano Nacional de Educação (PNE) se reúne hoje para votação dos destaques do parecer do relator, deputado Angelo Vanhoni (PT-PR).

O relator aumentou a meta de investimento direto no setor em meio ponto percentual – a versão anterior do texto estabelecia o índice de 7,5% do PIB. A mudança, no entanto, não convenceu o deputado Ivan Valente (Psol-SP), que é autor de um destaque que fixa o percentual de 10% do PIB a ser aplicado em educação. "Esse aumento pequenininho (dado pelo relator) não viabiliza uma melhoria real da qualidade da educação", declarou.

O deputado Chico Lopes (PCdoB-CE), diz que os 10% do PIB para educação continua na ordem do dia, apesar do texto principal do PNE, aprovado há duas semanas, prevê que 8% do PIB sejam investidos diretamente em ensino nos próximos dez anos.

“Estamos lutando para aprovar no PNE os 10% do PIB para a educação. Essa luta continuará inclusive depois da aprovação do PNE, para que seja cumprido aquilo que ficar determinado no plano”, ressaltou Chico Lopes.

Ele explicou ainda que “o PNE traz a previsão de vários investimentos a mais na educação, inclusive no ensino superior. Para que isso realmente aconteça, é preciso haver mais dinheiro. Daí a necessidade de chegar aos 10% do PIB”, citando a importância da mobilização social para sensibilizar o Governo Federal quanto à necessidade desse investimento.

Com o ministro

A grande mobilização nas universidades federais nos últimos meses, que levou à greve dos professores e funcionários em todo o país, atingiu também os alunos. A UNE reuniu em Brasília, nesta terça-feira, representantes de 44 DCEs (Diretórios Centrais dos Estudantes) de todo o Brasil, em uma marcha que se começou às 9 horas, em frente à Biblioteca Nacional, seguindo em protesto até o ministério da Educação, onde foram recebidos pelo ministro Aloizio Mercadante.

Na pauta das reivindicações está a ampliação da assistência estudantil, melhoria da estrutura das universidades, mais restaurantes universitários, creches, moradias, bolsas e outras formas de auxílio para garantir a permanência dos alunos e a qualidade nas instituições de ensino superior.

O ministro anunciou, além da disposição de analisar as reivindicações dos estudantes, que está montando um novo ciclo de expansão e consolidação da infraestrutura da universidade brasileira.

De Brasília
Márcia Xavier