CPMI ouve quatro integrantes do esquema de Cachoeira em Goiás

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira ouve nesta terça-feira (3) quatro pessoas suspeitas de participar, em Goiás, da organização do contraventor Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Segundo a Polícia Federal (PF) e o Ministério Público, o contraventor seria o chefe de um esquema de jogos ilegais e faria tráfico de influência com agentes públicos e privados.

O primeiro a ser ouvido será Joaquim Gomes Thomé Neto, suspeito de ser um dos responsáveis pelas escutas clandestinas que favoreceriam os negócios ilegais do contraventor.

Já Rosely Pantoja da Silva será ouvida pelos parlamentares por ser sócia da Alberto e Pantoja Construções, apontada como uma das empresas de fachada de Cachoeira. Essa construtora foi acusada de ter pagado parte dos serviços que o jornalista Luiz Carlos Bordoni prestou à campanha eleitoral de Marconi Perillo (PSDB) ao governo de Goiás.

A CPMI também vai ouvir o depoimento de Ana Cardozo de Lorenzo, dona da empresa Serpes Pesquisa de Opinião e Mercado, contratada para a campanha do governador tucano, em 2010. A empresa é suspeita de ter recebido dois cheques, no valor R$56 mil, do esquema de Cachoeira, por meio da Alberto & Pantoja.

O último a ser ouvido será Edivaldo Cardoso, ex-presidente do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), de Goiás, que aparece em gravações da Polícia Federal garantindo o repasse de verbas do governo estadual para uma das empresas de Cachoeira.

O relator da CPMI, deputado Odair Cunha (PT-MG), nega que a próxima reunião do colegiado seja mais uma destinada a investigar o governador Marconi Perillo. "Nós não estamos investigando este ou aquele governador. Nós estamos nos rastros da organização criminosa”, disse Cunha. “Todas as pessoas que foram citadas nos áudios, tenham responsabilidade ou não, nós as estamos convocando para prestar depoimento à CPMI", acrescentou.

Na quinta-feira, a CPMI realiza reunião administrativa. Poderão ser votados os requerimentos de convocação de Fernando Cavendish, ex-presidente da Delta Construções S.A., e de Luiz Antônio Pagot, ex-diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Em entrevistas à imprensa, Pagot acusou o esquema de Cachoeira de ter tramado a sua queda do Dnit.

De Brasília
Com Agência Câmara