Parlamentares brasileiras acompanham eleições no Timor Leste

A deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC), presidenta da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, acompanha, no Timor Leste, como observadora internacional, as eleições parlamentares naquele país. A parlamentar também participa, junto com a deputada Janete Pietá (PT-SP), que representa o Brasil na Comissão de Países de Língua Portuguesa (CPLP), das celebrações pelos 10 anos da independência daquele país, como representantes do Parlamento Brasileiro.

Parlamentares brasileiras acompanham eleições no Timor Leste

As parlamentares foram recebidas nesta quarta-feira (4) pelo ex-presidente e Prêmio Nobel da Paz, José Ramos Horta, herói vivo da resistência e luta pela libertação do Timor. O país, um dos mais jovens e pobres do mundo, restabeleceu a paz depois de décadas de conflitos, embora ainda tenha que provar que pode garantir seu desenvolvimento e sair da pobreza endêmica. Lá, cerca de 70% da população dependem dos programas oficiais que incentivam o artesanato, pequenos negócios e educação.

As duas deputadas brasileiras também foram recepcionadas pelo presidente da República Democrática do Timor, Taur Matan Ruak, empossado no cargo no último dia 20 de maio. “Espero que todos os partidos aceitem o resultado (das eleições). Precisamos caminhar para a composição de um governo ainda mais pacífico”, disse o presidente timorense.

As parlamentares informaram que há enorme interesse dos timorenses em implantar, com a ajuda brasileira, o sistema de votação eletrônica a partir de 2014. Perpétua Almeida é quem intermediará a troca de informações entre as autoridades timorenses a Justiça Eleitoral do Brasil.

Há três mil observadores, dos quais 600 estrangeiros, para as eleições que ocorrerão no próximo fim de semana. Hoje, do total de um milhão e duzentos mil habitantes, apenas 400 mil estão aptos a votar. O voto é em lista fechada e um em cada três candidatos que compõem a lista é de mulher.

O Timor Leste teve um-terço de sua população dizimada ao ser invadido pela Indonésia três dias depois decretar a sua independência, num dos episódios mais tristes e cruéis do Século 20 narrado no documentário “O Massacre que o Mundo não Viu”, protagonizado pela atriz Lucélia Santos.

Contribuição brasileira

“O país é pequeno, menor que o estado de Sergipe. Tudo muito simples e pobre. Muito do que se tem foi construído com o esforço e ajuda estrangeiros. Nos impressiona o sentimento de resistência, luta, heroísmo, orgulho deles pela independência”, disse Perpétua, destacando que o Brasil está ajudando a reconstrução do país por meio do Serviço Nacional de Apoio à Indústria, que treinou mais de duas mil pessoas nos últimos anos.

“Estou levando a Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados a esses lugares que precisam de nós e que necessitamos conhecer melhor. Os países ricos e confortáveis visitarei como turista quando e se puder”, disse Perpétua.

“Tenho a mesma sensação de quando fui ao Haiti. As autoridades têm sempre uma expectativa muito grande com a contribuição e solidariedade que o Brasil pode dar. Muito me emocionou saber já no aeroporto que o presidente do país nos aguardava para audiência. Isso nos da noção de nossa responsabilidade aqui como representantes do Parlamento brasileiro, já que fomos a única delegação a ser recebida pelo presidente, mesmo com a presença da delegação de outros países", contou a deputada Janete Pietá.

Da redação em Brasília