Esquerda mexicana pedirá anulação das eleições

Membros da coligação anunciaram que possuem um conjunto de provas que demonstram a ocorrência de diversos tipos de irregularidades durante todo o processo eleitoral que pode impugnar as eleições. “Houve falta de equidade antes, durante e depois do pleito, sobretudo no que diz respeito à propaganda política disfarçada do rádio e da televisão a favor de Peña Nieto”, disse Camerino Márquez, representante do PRD (Partido da Revolução Democrática).

Márquez também recordou que seu partido havia apresentado uma denúncia ao IFE sobre o financiamento da campanha eleitoral milionária de Peña Nieto, que nunca chegou a ser investigada.

Segundo ele, existem suspeitas de que os partidos apoiadores do candidato recolheram ilegalmente fundos. Em junho, a pedido do partido governista PAN (Partido Ação Nacional), a Unidade de Fiscalização do IFE confirmou doação ilegal de 70 milhões de pesos ao PRI, informou o jornal mexicano La Jornada na época.

Entre as provas reunidas pelo Movimento Progressista, também constam indícios de compra de votos por parte do PRI. “Não são milhares de votos, são milhões de votos que foram comprados”, afirmou o candidato derrotado da coalizão, Andrés Manuel López Obrador.

O político mexicano falou à imprensa nesta quinta-feira (05) entre centenas de cartões da loja Soriana colados nas paredes da sede de sua campanha em referência às denúncias de que eleitores mexicanos ganharam cartões pré-pagos da loja de departamento em troca de votos por Peña Nieto.

Obrador chamou atenção à atitude das autoridades eleitorais que “apesar de todas essas coisas, não tentam limpar o processo eleitoral” e afirmou que esgotará todos os meios legais possíveis para demonstrar que o PRI cometeu irregularidades durante o processo eleitoral.

Os apoiadores de Obrador disseram que o pedido seria impetrado na Justiça federal assim que o IFE declarasse oficialmente o fim da recontagem de votos das eleições, realizada a pedido do Movimento Progressista. Nesta sexta-feira (06/07), as autoridades mexicanas confirmaram Enrique Peña Nieto como o novo presidente do México. Mais da metade das urnas eleitorais tiveram os votos recontados por suspeita de inconsistência na computação dos voto originais. Peña Nieto obteve cerca de 38% dos votos válidos, enquanto López Obrador, 31.5%.

Com Opera Mundi