Confederação da Indústria reduz para 2,1% estimativa do PIB

Confederação Nacional da Indústria (CNI) reduziu de 3% para 2,1% a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, este ano. O dado faz parte do Informe Conjuntural do segundo trimestre, que traz a revisão das expectativas sobre a economia brasileira em 2012. A projeção do PIB industrial também foi revista, de 2% para 1,6%.

A estimativa de inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi mantida em 5% este ano, enquanto a projeção da taxa nominal de juros ao final de 2012 caiu de 9% para 7,5%. A taxa real de juros, descontada a inflação medida pelo IPCA, ficará em 3,3%, nas estimativas da CNI, ante a expectativa de 4%.

Segundo a CNI, a previsão do déficit público nominal em relação do PIB passou de 2,45% para 2,4% e a do superávit primário do setor público de 2,75% para 2,5%. A projeção da dívida líquida do setor público caiu de 36% para 35,1% do PIB.

A CNI também prevê taxa nominal de câmbio de R$ 2 no final do ano, com o saldo da balança comercial caindo de US$ 20,8 bilhões para US$ 20,2 bilhões. A projeção para o déficit em conta-corrente também diminuiu, de US$ 58 bilhões para US$ 56 bilhões.

Na última quinta-feira (5), o gerente executivo da Unidade de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco, informou que os estudos que estavam sendo feitos pela entidade indicavam projeções menores.

"Evidentemente, o primeiro semestre já se mostra com perda. A própria indústria já está com resultados bastante negativos. A expectativa de recuperação no segundo semestre ainda existe. Reveremos nossa estimativa de crescimento. Mas sem dúvida será bem menor do que os 3% que nós tínhamos até então”, disse.

O economista Marcelo Ávila, também da CNI, já havia informado que, com o resultado do crescimento econômico no primeiro trimestre (0,2%), os empresários industriais perceberam que a expansão de 3% no ano ficou inviável. “Para chegar a esse patamar, o crescimento deveria ser de 0,7% a 0,8%, nos três primeiros meses do ano”, disse Marcelo Ávila.

No caso da indústria, o último levantamento da CNI, divulgado na semana passada, mostra que o uso da capacidade instalada caiu em maio para 80,7% ante os 81% registrados em abril, de acordo com dados dessazonalizados (ajustados para o período). Até então, é o menor resultado desde setembro de 2009, quando foram registrados 80,6%.

Fonte: Agência Brasil
Atualizada as 11h39