Haddad defende diálogo e regularização de ambulantes em SP

Em campanha pelas ruas de São Paulo nessa terça-feira, 10, o candidato à Prefeitura Fernando Haddad prometeu regularizar a situação dos vendedores ambulantes, que enfrentaram dias difíceis com o prefeito Gilberto Kassab (PSD).

Ao lado da candidata a vice-prefeita, Nadia Campeão, e do cantor e candidato a vereador Netinho de Paula (ambos do PCdoB), Haddad defendeu mais diálogo com a categoria e a definição de locais específicos para que os ambulantes possam vender suas mercadorias.

Eles caminharam por um calçadão de comércio popular em São Miguel Paulista, região leste da capital, e conversou com os ambulantes, que pediram um olhar mais cuidadoso para suas necessidades. "Não esquece dos ambulantes!", gritou Nailde Pereira, dona de uma banca de bolsas e cintos no meio do calçadão. "O Kassab foi péssimo para nós", afirmou.

Haddad prometeu "mais diálogo" e sugeriu a criação de shoppings populares e feiras de ambulantes em horários predeterminados. "Há como acomodar esses interesses, mantendo a calçada livre para o pedestre e a rua organizada para o comércio formal", afirmou.

Ao ser questionado sobre o tema, o representante do tucanato paulistano José Serra, aliado de Kassab, disse que pretende trabalhar pela regularização dos camelôs, mas evitou avaliar as ações do prefeito. "É preciso criar alternativas para quem quer se dedicar ao comércio de uma maneira legalizada, mas não tem uma fórmula mágica."

Impasse

Kassab e os ambulantes estão em pé de guerra desde 19 de maio, quando a Prefeitura revogou a licença dos cerca de mil camelôs que trabalhavam com autorização na cidade. A justificativa era abrir espaço para pedestres nas calçadas e aumentar o bem-estar da população. Após uma série de liminares, porém, o Tribunal de Justiça de São Paulo liberou definitivamente o trabalho dos camelôs que possuem a permissão para trabalhar.

Diante do revés judicial, a Prefeitura alterou seus planos e, na semana passada, publicou decreto definindo sete novos endereços para o comércio informal. Os novos locais, no entanto, não agradaram aos ambulantes.

Fonte: O Estado de S. Paulo