Em Israel, governo e oposição rompem coalizão

O partido israelense Kadima abandonou nesta terça-feira (17) a coalizão governista liderada pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu devido à disputa sobre o alistamento de judeus ultraortodoxos. O Kadima é o maior partido do Parlamento de Israel e havia entrado na coalizão em maio.

O desligamento ocorre devido ao fato de o Kadima não chegar a um acordo com o partido governista Likus sobre a alteração da lei de alistamento militar no país. Em Israel, todos os cidadãos devem servir ao exército (homens durante três anos e mulheres por dois), mas tanto os israelenses de origem árabe quanto os ultraortdoxos estão isentos da obrigação.

Em fevereiro, a Suprema Corte israelense julgou a lei como inconstitucional. E ordenou que o governo apresentasse um novo artigo que fosse mais igualitário até o dia 1º de agosto. Netanyahu teve reuniões com os parlamentares do Kadima na manhã desta terça-feira, em um esforço para convencê-los a permanecer na coalizão.

Segundo informações da agência estatal britânica BBC, o primeiro-ministro propôs que 50% dos judeus ultraortodoxos, entre 18 e 23 anos, deveriam se alistar no exército israelense e os outros 50% serviriam em serviços operacionais civis entre os 23 e 26 anos.

Entretanto, Shaul Mofaz, líder do partido, rejeitou a proposta e convocou uma reunião partidária, onde todos os membros do Kadima, com exceção de três, votaram por abandonar o governo. “É com grande pesar que eu digo que não há opção fora decidir abandonar o governo”, disse Mofaz após o encontro.

“A proposta de Netanyahu contradiz a determinação da Suprema Corte de Justiça, não está em conformidade com o princípio de equidade, é desproporcional e não cumpre com os valores de efetividade decididos pela determinação da Suprema Corte, ou com os princípios do comitê responsável por repartir o peso do serviço militar’, completou o político.

Uma alternativa à lei de alistamento obrigatório deve ser aprovada até o final de julho. Enquanto isso, Netanyahu desmentiu os boatos que afirmavam que ele iria convocar novas eleições quando o Parlamento voltasse do recesso.

“Desde que o governo se formou, as pessoas estão sempre alertando que haverá novas eleições”, disse. “No final, haverá eleições porque a lei exige”. O atual mandato do Parlamento israelense acabará em outubro de 2013.

Fonte: Opera Mundi