"Fala, Flávio Dino" – Entrevista ao Blog do Klamt (parte II)

Flávio Dino por Felipe Klamt

O político Flávio Dino determina nas suas fortes palavras a análise dos fatos incontestáveis nas condutas dos gestores. A inércia e a proposital inoperância sendo os instrumentos identificados como padrão do grupo Sarney para o desequilíbrio estrutural e financeiro do empresariado e em extensão da população. Praticas de domínio que o entrevistado avalia e repudia na continuação desta entrevista de uma semana. Vale acompanhar.

DINHEIRO PÚBLICO E QUALIDADE DE VIDA

Quando eu e Flávio conversamos sobre os constantes empréstimos tomados pelo governo do estado, principalmente nos últimos dois anos, o presidente da Embratur mostrou a discrepância entre toda a verba disponibilizada aos cofres do estado do Maranhão e a qualidade de vida do maranhense com habitantes de um estado rico, mas que possui governantes estrategicamente determinados em deixá-lo sempre nas últimas posições dos indicadores sociais.

“Ao longo do tempo, o estado foi se endividando sem que houvesse resultado para o povo. Convivemos com péssimos indicadores sociais, que mostram que as relações financeiras, que poderia ser boas, acabam não sendo porque não há a correta aplicação dos recursos. Nós não somos contra as relações financeiras, nós somos contra as más aplicações dessas transações, do modo como vem sendo feito pelo governo do estado. Acreditamos que esse redirecionamento de prioridades deve ser feito inclusive em relação a recursos federais e organismos multilaterais que vêm para o Maranhão. Quanto à capacidade de pagamento, temos a nosso favor a redução da taxa de juros promovida pela presidenta Dilma. Então, eu espero que, no futuro, se tivermos a chance de governar o estado, nós vamos dar conta das duas tarefas: hornar os compromissos financeiros assumidos pelo estado e garantir que esse dinheiro seja bem aplicado.”

FRUSTRAÇÃO DE GRANDES PROJETOS

O governo Roseana tem usado eleição após eleição o artifício dos grandes projetos para ludibriar a população. O caso mais recente foi o da Refinaria Premium da Petrobrás, que passou de prioridade absoluta para possível início em 2018. Isto porque o ministro de Minas e Energia, Edson Lobão, utilizou a tal da refinaria como a grande cartada da disputa pelo Senado em 2010. Flávio Dino entende que esse tipo de tentativa de enganar o eleitor com programas que não são realizados trazem frustração ao povo maranhense e propõe que o estado invista em áreas que estão abandonadas pelo incentivo governamental, como o agronegócio.

“É preciso mudança nesse discurso dos grandes projetos que vem se mostrando um fracasso. Basta ver que eles sequer se realização. Temos o exemplo do pólo de confecção de Rosário, que chegou a ser inaugurado pela então governadora Roseana Sarney com o então presidente Fernando Henrique, mas que até hoje está lá abandonado. Tivemos agora mais a frustração da refinaria, o que mostra que esse discurso de grandes projetos tem se mostrado incapaz de promover desenvolvimento real para as pessoas. Qual a mudança que nós propomos? O governo do estado apoiar a economia real, aquela que está representada pelas cadeias produtivas que se estruturam e estão, infelizmente, sem apoio nenhum do estado. Dois exemplos são a produção do mel e dos pescadores de mar, rios e lagos. Qual o apoio que eles têm do governo do estado? Podemos citar a mesma situação do agronegócio. A situação é tão absurda que nem o sul do Maranhão tem apoio do governo do estado. As estradas, a dificuldade de fornecimento de energia elétrica, sem acesso a internet de qualidade. O descaso é tão gritante que mesmo a agricultura exportadora, que normalmente recebe atenção, no Maranhão é esquecida pelos governantes.”

Com entrevista Felipe Klamt

Com fotos Felipe Klamt – Entrevista Flávio Dino – São Luís – MA – 14.07.2012