No Nepal, CMP propõe mobilização contra a guerra

Aconteceu nesta quinta-feira (19), nas dependências do hotel Malla, em Katmandu, Nepal, a primeira atividade relacionada com a realização no país asiático da Assembleia Geral do Conselho Mundial da Paz (CMP). A direção da entidade concedeu uma coletiva de imprensa aos principais meios de comunicação nepaleses.

Ze no Nepal

A atividade contou com as presenças da presidenta do CMP, Socorro Gomes, do secretário-executivo, Iraklis Tsavadaridis, da coordenadora no continente europeu, Ilda Figueiredo, e do coordenador do Conselho da Paz e Solidariedade do Nepal, Rabindra Adhikari.

Primeiro a tomar a palavra, Rabindra anunciou a realização da Assembleia, que transcorrerá entre os dias 20 e 23 de julho na capital nepalesa, e informou sobre as medidas políticas e organizativas que sua entidade tomou para assegurar o êxito da atividade. A abertura do evento, no dia 20 à noite, declarou, será um ato unitário e de massas que contará com a presença das principais forças políticas do país. Rabindra referiu-se à marca principal dos trabalhos da Assembleia do CMP: “Fortalecer a luta dos povos pela paz, contra as guerras imperialistas, pela solidariedade e a luta contra a opressão”.

A presidenta da entidade, Socorro Gomes, destacou que o Conselho Mundial da Paz “é uma organização que existe há mais de seis décadas, cuja finalidade é unir forças na luta pela paz e contra os planos e ações de guerra das potências imperialistas”.

Ao agradecer ao povo nepalês e ao Conselho da Paz e Solidariedade do Nepal, ela disse que a Assembleia de Katmandu é “carregada de simbolismo”, referindo-se ao fato de que no país foi vitorioso um levante democrático e popular que pôs fim à monarquia.

Para Socorro, a Assembleia do CMP realiza-se em meio a uma situação internacional em permanente agravamento, quando são crescentes as ameaças à paz mundial, à soberania dos povos e nações independentes e à segurança internacional. “As grandes potências continuam fazendo planos de domínio do mundo e executando ações brutais contra os povos”, asseverou.

A dirigente pacifista enfatizou que prossegue a guerra no Afeganistão e que na região do Oriente Médio intensifica-se a ofensiva para reestruturar a região “por meio do intervencionismo e da guerra”.

Socorro chamou a atenção para a recente guerra de agressão à Líbia, a criminosa ocupação israelense na Palestina e os frenéticos preparativos para atacar a Síria.

A presidenta do CMP falou ainda sobre a situação na América Latina, “onde os povos avançam na conquista da democracia e da independência nacional”, e denunciou que o imperialismo estadunidense, aliado às oligarquias locais, volta a fazer ameaças de intervencionismo e desestabilização. Exemplificou com o golpe de Estado ocorrido no Paraguai em 22 de junho último e as permanentes provocações e ameaças contra Cuba, Venezuela, Bolívia e Equador.

Socorro finalizou dizendo que na Assembleia de Katmandu, o Conselho Mundial da Paz “reafirmará seu compromisso com a paz mundial, com a eliminação das armas nucleares, com a luta pela desocupação dos países agredidos por tropas estrangeiras, pelo desmantelamento da Otan, pelo fim das bases militares estrangeiras, pela autodeterminação dos povos”. Tudo isso requer, segundo ela, que o Conselho Mundial da Paz se fortaleça e aumente sua capacidade de estruturação e mobilização, a fim de unir forças na luta pela paz.

José Reinaldo, de Katmandu, especial para o Vermelho