Movimentos chilenos fazem mobilização em defesa do lítio

Trabalhadores e parlamentares da oposição no Chile lutam pela criação de uma Frente Ampla Cidadã para defender o lítio, contra um processo de licitação que consideram prejudicial aos interesses nacionais.

"Estamos em uma cruzada para defender o que é nosso; o que faz o Governo com esta licitação é comprometer gravemente os interesses do Chile", disse Marcos Espinosa, deputado do Partido Radical Social Democrata.

As declarações do legislador foram realizadas depois de uma reunião com empregados químicos mineiros da região de Antofagasta, ao norte, que denunciaram as tentativas de privatização do mineral estratégico.

Segundo o dirigente sindical Pedro Cáceres, os chamados Contratos Especiais de Operação outorgados pelo Executivo funcionam a favor da voracidade que tem as multinacionais por um dos principais recursos do país.

A licitação do lítio através de contratos especiais está inscrita nessa filosofia de entrega das riquezas naturais do Chile, disse à Prensa Latina Cristian Cuevas, presidente da Confederação de Trabalhadores do Cobre.

"Acreditamos, como trabalhadores do cobre e inclusive interpretando o pensamento da maioria do povo chileno, que este é um ato ilegal, arbitrário e inclusive anticonstitucional, cuja finalidade é entregar nossos recursos naturais às multinacionais", reafirmou.

Sobre esse tema, explicou, é necessário ter uma olhada de todo um país, de soberania; a convicção de que um recurso tão importante como o lítio tem que ser desenvolvido pelo Estado do Chile para, a partir de suas utilidades, solucionar muitas das necessidades que enfrentamos os 17 milhões de chilenos.

Com a renacionalização do cobre e a possibilidade de desenvolver nós mesmos a produção do lítio, poderíamos financiar a educação gratuita para as crianças e jovens; também a saúde e as necessidades de moradia, considerou o líder dos trabalhadores do metal vermelho no Chile.

Fonte: Prensa Latina