Para Haddad, clima entre Serra e Russomano é continuísmo político

O candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, criticou nesta quarta-feira (25) o clima ameno e cordial entre os também postulantes à Prefeitura, José Serra (PSDB) e Celso Russomano (PRB). A aproximação de Serra e Russomano deixa claro ao eleitor paulistano o continuísmo político que ambos os candidatos representam para a capital paulista.

Em matéria publicada nesta quarta (25), no jornal Estado de S. Paulo, o tucano admitiu que “não há disposição de agressões recíprocas” em relação a Russomano. A cumplicidade entre Russomano e Serra foi pactuada na última sexta-feira (20), quando o candidato do tucanato se reuniu com Marcos Pereira, coordenador da campanha e presidente nacional do PRB. Durante a conversa, os dois lados falaram que não pretendem se agredir durante a eleição.

Durante caminhada pela Avenida Rio Pequeno, no Butantã, zona oeste da capital, Haddad questionou a aproximação entre o PSDB o PRB. "Imaginava que a candidatura (de Russomanno) proporia uma mudança, e não a continuidade. Hoje a Prefeitura de São Paulo não é exemplo para nenhuma outra do país", disse.

Haddad lembrou ainda que os prefeitos da maioria das capitais brasileiras estão bem avaliados, enquanto Kassab recebeu, nas últimas pesquisas, nota 4,4 da população. "O prefeito (Kassab) conseguiu descolar a cidade do que está acontecendo no país, e eu lamento que São Paulo esteja hoje na lanterna de todas as administrações municipais (em relação à avaliação do prefeito)".

Mais cedo, em debate com engenheiros na sede do sindicato estadual da categoria, no centro da capital, Haddad afirmou que as gestões de José Serra (PSDB) e Gilberto Kassab (PSD) perderam "uma oportunidade histórica" de investir em obras de infraestrutura em um "momento importante de desenvolvimento e geração de emprega e renda do país", fazendo referência aos anos da administração Lula no governo federal.

Ele exemplificou que atualmente o Rio de Janeiro investe mais em obras públicas do que a capital paulista, apesar de São Paulo ter sido sempre reconhecida "como a cidade líder em investimentos no país". Ele afirmou que, em visitas por terra e sobrevoos de helicóptero, não consegui ver "as obras necessárias para mudar a face da cidade" e acusou a atual administração municipal de ter graves problemas de gestão. "Todos os empresários de obras públicas são capazes de atestar isso. Há muito orçamento, mas pouca obra", disse.

Da Redação,
Mariana Viel, com informações do Estado de S. Paulo