Conhecimento sobre BH dá a Patrus vantagem em debate

A experiência e o conhecimento acumulados pelo candidato à Prefeitura de Belo Horizonte, Patrus Ananias, sobre os problemas da capital mineira deram a ele vantagem no primeiro debate dos candidatos.

O encontro foi promovido pela TV Bandeirantes de Minas, transmitido ao vivo no fim da noite desta quinta-feira (2) e reuniu quatro candidatos: Patrus (PT); o atual prefeito Marcio Lacerda (PSB); Maria da Consolação (Psol) e Alfredo Flister (PHS).

Logo na primeira pergunta o candidato da Frente BH Popular já apresentou seu cartão de visitas ao telespectador: conseguiu ter êxito na difícil missão de unir o amplo conhecimento dos assuntos tratados com a emoção ao lidar com eles. A pergunta falava sobre os problemas da saúde em Belo Horizonte e foi formulada pelo reitor da PUCMinas, Dom Joaquim Mol. Patrus aproveitou a deixa para lembrar um problema que afeta principalmente a população mais pobre e moradora dos bairros mais afastados da região central da capital: o fechamento dos postos de saúde nos fins de semana. “Nosso primeiro compromisso é abrir os postos no sábado e domingo”, disse o petista. Conseguiu, assim, apresentar uma proposta muito clara para o eleitor, ao mesmo tempo que factível (não é tão cara aos cofres públicos) e, sobretudo, de impacto fundamental na vida do belo-horizontino.

Como sempre ocorre em debates de primeiro turno em eleições, o número grande de candidatos abreviou o tempo das respostas. Os candidatos precisavam ser rápidos e eleger temas prioritários, se quisessem passar a mensagem ao eleitor. Patrus driblou essa limitação sem demonstrar grande dificuldade.

Por exemplo: numa pergunta sobre se continuará, ou não, as obras feitas pelo atual prefeito de BH, o candidato da Frente BH Popular saiu-se muito bem ao mostrar estar antenado com a Lei Orgânica do Município – ajudou muito o fato de ter sido o seu relator quando foi vereador, entre 1989 e 1992. Logo no início da sua resposta, Patrus citou, olhando para a câmera e demonstrando muita segurança sobre o que falava, o item correspondente da lei, lembrando que o prefeito eleito deve, obrigatoriamente, dar continuidade às obras em andamento deixadas pelo antecessor, antes mesmo de iniciar novos empreendimentos. Sem alarde e sem ‘grito’, o petista deixou sem resposta quem imaginava que poderia tirar proveito da situação.

O ápice do debate, como não poderia deixar de ser, envolveu um “duelo” respeitoso entre os dois principais candidatos, o atual prefeito de BH, Marcio Lacerda, e Patrus Ananias. O petista sabe que um dos pontos fracos de Lacerda é a sua visão sobre a cultura na capital. Nos últimos anos, a PBH envolveu-se em polêmicas com artistas, produtores, videomakers, agentes e gestores culturais, entre outros da área, que vêem no prefeito uma pessoa pouco sensível ao tema.

Sem fazer qualquer alusão a essas críticas, Patrus perguntou a Lacerda qual suas prioridades para a cultura. A resposta do candidato do PSB foi apenas, digamos, correta, mas burocrática e sem convencer. A partir daí, em seu comentário à resposta do adversário, o debate da Band teve seu ponto mais alto: mostrando estar muito à vontade para falar sobre o tema, Patrus lembrou a vocação da capital mineira para as artes e o grande progresso que a área cultural teve em sua gestão na prefeitura – festivais ainda hoje entre os mais importantes do país, como o Festival Internacional de Teatro (FIT) ou o Festival de Arte Negra (FAN), foram criados no período em que Patrus era prefeito. Na sua tréplica, Lacerda foi obrigado a admitir a boa gestão de Patrus na área.

Ainda nessa questão, demonstrando uma emoção contida na dose certa, Patrus teve seu melhor momento na noite – e, certamente, o melhor momento entre todos os candidatos presentes -, falando sobre a ocupação dos espaços públicos da cidade. O candidato da Frente BH Popular não citou uma única vez o atual prefeito ou precisou fazer qualquer crítica. Apenas elencou o que julga ser o melhor para a cidade. Foi o suficiente:

“Vamos usar os espaços públicos de Belo Horizonte para atividades culturais. Belo Horizonte é uma cidade alegre, ativa. Os espaços públicos de BH – as praças, os parques, os jardins -,devem estar abertos à população, aos jovens, às crianças, a todas as pessoas, de todas as faixas etárias, para que possamos expressar essa grande criatividade, que é uma característica do povo de Belo Horizonte.”

Patrus manteve a tônica em todo o debate de falar sobre propostas positivas para melhorar a gestão na prefeitura. Como em sua fala final, quando reafirmou ser um apaixonado por Belo Horizonte e ter a “imensa” alegria de ter a oportunidade de novamente ser prefeito da capital. Dezesseis anos depois. O telespectador viu ali, naquele momento, o raro privilégio de ter a oportunidade de eleger um candidato que une qualidades pouco vistas em um político. O prefeito que trouxe inovações até hoje mantidas promete muito mais se for o escolhido pelo eleitor. Belo Horizonte agradece.

Leia abaixo outros temas abordados por Patrus no debate da Band:

Trânsito

Patrus lembrou os sucessivos adiamentos da ampliação do metrô e os atrasos na reforma do Anel Rodoviário e na construção do Rodoanel, como resultados da falta de articulação entre a Prefeitura de BH e o governo federal. Assumiu também o compromisso de concluir todas as obras em andamento na cidade e, olhando para o futuro, encontrar novas soluções

Liderança

Falando firme, sem enrolar, olhando diretamente nos olhos das pessoas, mostrou que para ser prefeito de Belo Horizonte é indispensável ter uma liderança muito forte. Deixou claro, ainda que governar BH não é só elaborar planilhas. É preciso também ter competência para fazer e muito amor pela cidade

Educação

Patrus adiantou que creches de qualidade e educação infantil estarão garantidas para todas as crianças até seis anos de idade, universalizando o atendimento, uma forma de prevenir a violência no futuro. Patrus pretende investir nas escolas públicas, em todos os níveis, para que elas alcancem a mesma qualidade das melhores escolas particulares.

Cultura

Lembrou que em sua administração houve uma verdadeira revolução na área cultural de Belo Horizonte, que saltou do 16º para o 3º lugar nacional na promoção de eventos culturais, e anunciou que vai pôr em funcionamento os centros regionais de cultura, além de aumentar a promoção de eventos nos espaços públicos.

Fonte: site da campanha de Patrus Ananias