Jordânia aceita cooperar com os EUA, mas teme situação síria

O reino da Jordânia expressou nesta sexta-feira (3) "disposição" a seguir cooperando com os Estados Unidos e manteve invariável seu distanciamento com o governo sírio, mas defendeu uma solução pacífica do conflito para evitar sua "perigosa ramificação" regional.

De acordo com o jornal The Jordan Times, o encontro sustentado nesta capital entre o rei Abdulá II e o secretário de Defesa estadunidense, Leon Panetta, foi proveitoso, mesmo que não tenha dado ao emissário de Washington o compromisso nos termos que esperava.

O monarca hashemita, conhecido por sua afinidade com a Casa Branca, abordou com Panetta as consequências da crise síria e a situação depois de uma hipotética queda do presidente Bashar al-Assad, mas defendeu uma "resolução pacífica", em lugar de armar a oposição.

A respeito, a Casa Real destacou em um comunicado divulgado pelo jornal que Abdulá II "reiterou a necessidade de uma solução que ponha fim ao derramamento de sangue e que não cause mais sofrimento aos sírios", linha que se afasta da Arábia Saudita e do Catar.

Fontes próximas à monarquia jordaniana indicaram que o rei defendeu que "qualquer fase de transição política na Síria tem que ajustar-se ao consenso árabe e internacional", ao expor a Panetta o impacto que tem na Jordânia o crescente fluxo de pessoas do país vizinho.

Dita posição revelou contradição com as fontes do Pentágono, segundo as quais, o rei e o secretário de Defesa "concordaram que a forte pressão internacional precisa ser sustentada para deixar claro que Al-Assad deve ser tirado do poder".

Para as autoridades de Amã, indicou o jornal, é de grande preocupação uma escalada da violência na Síria e a seguinte "ramificação perigosa" no Oriente Médio dessa crise, sobretudo depois da renúncia do enviado especial da ONU e da Liga Árabe.

O ex-secretário geral da ONU Kofi Annan renunciou a sua missão como emissário da organização mundial e a pan-árabe para encontrar uma saída pacífica ao conflito, depois do não-cumprimento de seu plano de seis pontos proposto em abril passado.

Panetta esteve apenas seis horas na capital jordaniana como parte de um giro iniciado segunda-feira na Tunísia e continuado depois no Egito e Israel, escalas nas quais – assim como fez na Jordânia – incentivou posturas mais hostis contra os governos de Al-Assad e do Irã.

Fonte: Prensa Latina