Docentes e governo da Bahia atuam para repor 72 dias de aula

A greve dos professores da rede pública de ensino foi encerrada depois de 115 dias. Agora, governo do Estado e docentes trabalham para compensar as aulas aos cerca de 1,1 milhão de alunos que perderam 72 dias letivos. Em nota divulgada na sexta-feira (3), a Secretaria de Educação do Estado da Bahia (SEC), garantiu que os 200 dias letivos exigidos pela Lei de Diretrizes e Bases será cumprindo. Há uma programação planejada que prevê aulas até o final de fevereiro e atividades aos sábados.

Ainda de acordo com a SEC, todos os diretores das escolas que estão retornando às aulas estão sendo orientados a iniciar, com os professores e o colegiado escolar, a imediata elaboração do calendário de reposição de aulas do ano letivo de 2012. A expectativa é que já na próxima segunda-feira (6), 100% das escolas estaduais já estejam em funcionamento.

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O replanejamento do ano letivo de 2012 será elaborado, primeiramente, dentro das escolas. Em seguida, será encaminhado aos colegiados escolares e, posteriormente, passará pela avaliação da Diretorias Regionais e pela SEC. Os chamados aulões do Enem não vão ser interrompidos por conta da reposição. Os mesmos já estão, inclusive, com inscrições abertas.

Os dirigentes do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia (APLB) afirmaram ao Vermelho que a categoria está disposta a repôr as aulas desde que o governo devolva os salários cortados durante os dias de greve imediatamente.

Por sua vez, as secretarias de Educação e Administração garantem que vão elaborar uma folha de pagamento extra após o plano de reposição ser aprovado.

A decisão de suspender a greve partiu em assembleia realizada na manhã de sexta, no pátio do Colégio Estadual da Bahia. Para tanto, impuseram alguns itens ao governo, consolidados em uma carta enviada à SEC. O governo concordou mas queria que os trabalhadores já aprovassem o reajuste proposto por ele, de 7% em novembro e outros 7% em março de 2013. Mas, os trabalhadores rejeitam qualquer reajuste feito depois de 2012. 

"Não concordamos em parcelamento do reajuste para 2013. Aceitamos que o reajuste seja parcelado, mas deve ser feito dentro do ano de negociação, 2012. Continuaremos com um calendário de luta e as negociações em torno do reajuste", declarou ao Vermelho Marilene Betros, vice-coordenadora do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia (APLB).

Entre os itens acordados entre as partes estão: readmitir os professores demitidos, devolver o pagamento cortado dos grevistas, repassar as contribuições sindicais e retirar os processos judiciais –, no entanto, não acata o reajuste pedido pelos docentes.

Já na segunda-feira (6), o Comando de Greve volta a se reunir para avaliar e preparar uma agenda de mobilizações.

Deborah Moreira
Da redação do Vermelho, com agências