Mercosul: depois de Chávez, que venha Evo Morales

Depois de 31 anos, com a entrada da Venezuela, o bloco econômico Mercosul é ampliado. O setor industrial e comercial brasileiro avalia que agora com um produto interno bruto (PIB) de US$ 3,3 trilhões, será responsável por 83,2% do PIB de toda a América do Sul. Depois da entrada do venezuelano Hugo Chávez, as elites tremem ao pensar na possibilidade da inclusão da Bolívia de Evo Morales.

As elites paraguaias cometeram um erro político primário ao instituir um golpe parlamentar contra o presidente Fernando Lugo,  eleito democraticamente pela maioria do povo paraguaio, que teria seu mandato até abril de 2013. Aliás, em coletiva concedida à imprensa alternativa, Lugo declarou que pretendia deixar a vida política. Mas, o golpe acabou dando força ao líder advindo das bases católicas, que encabeça um movimento para derrotar mais uma vez nas urnas a direita ultrapassada no país. Mas, agora, com uma base parlamentar de apoio maior.

Estimuladas pelos setores sociopolíticos mais conservadores do país e pelos produtores de soja e criadores de gado – ambos acostumados a respeitar somente suas próprias leis –, a direita paraguaia acabou abrindo as portas do Mercado do Cone Sul à Venezuela.

Desta forma, as elites acabaram promovendo o que menos queriam: a presença do presidente venezuelano, Hugo Chávez, como membro pleno do Mercosul. O governo do Paraguai já ameaça entrar na justiça. No entanto, dificilmente os fóruns internacionais darão ouvidos.

As elites do Cone Sul se sentiram ameaçadas pela presença de Hugo Chávez. Isso ficou evidenciado na divisão das bancadas parlamentares do Brasil e do Uruguai no Parlamento do Mercosul (Parlasul). O pior dos medos das elites é que, depois do ingresso da Venezuela, começará uma campanha para admissão da Bolívia, que acaba de expulsar a Coca-Cola[simbolicamente] do país e anunciar a falência do McDonald’s.

O Itamaraty avalia que a Venezuela terá que adotar a normativa comercial do bloco, o que poderá demorar até quatro anos. Enquanto isso, o governo venezuelano participará de todos os foros do Mercosul legitimamente e indicará os parlamentares para compor o Parlasul.

O setor industrial e comercial brasileiro avalia que o Mercosul, agora com um produto interno bruto (PIB) de US$ 3,3 trilhões, será responsável por 83,2% do PIB de toda a América do Sul. O que o leva a assumir a posição de quinta economia mundial. O Mercosul terá a participação aumentada de 70% a 80% na economia sul-americana em um mercado de 270 milhões de pessoas, sendo 70% do continente.

O setor energético terá um salto de produção e o bloco poderá se consolidar como uma potência nas áreas de energia e produção de alimentos.

Com Inesc