Israel sabota reunião de não-alinhados na Cisjordânia

A reunião dos Países Não-Alinhados prevista para o domingo (5) na Cisjordânia foi cancelada após a recusa de Israel em permitir o acesso a ministros de países que "não reconhecem" o Estado hebreu, entre eles o chanceler de Cuba.

Israel proibiu o acesso à Cisjordânia dos chefes da diplomacia de Cuba, Malásia, Indonésia e Bangladesh, membros do Comitê do Movimento de Países Não-Alinhados, para participar de uma reunião em Ramala, sede da Autoridade Palestina.

Os participantes dariam seu apoio a um projeto palestino de solicitar o status de Estado não-membro das Nações Unidas.

Os palestinos não conseguiram a maioria de 15 membros do Conselho de Segurança necessária e Mahmud Abbas, presidente da Autoridade Nacional Palestina, busca agora o status de não-membro na Assembleia Geral da ONU, onde poderia obter um apoio majoritário.

"Depois de consultas entre a direção palestina e todas as delegações que chegaram de Amã, foi decidido anular a reunião de Ramala do Comitê Palestino dos Não-Alinhados", informou à AFP um dirigente que pediu não ser identificado.

"O Comitê Ministerial dos Não-Alinhados condena esta ação de Israel. Trata-se de uma violação flagrante dos princípios do direito internacional e das obrigações de Israel", declarou o ministro egípcio das Relações Exteriores, Mohamed Kamel Amr, em uma coletiva de imprensa em Amã.

O comitê é formado por representantes de 13 países. Além dos quatro, cuja entrada na Cisjordânia foi barrada, é composto pelo Egito, Jordânia, África do Sul, Zimbábue, Zâmbia, Senegal, Colômbia, Índia e Argélia.

OLP condena decisão de ocupantes

Em nome do Comitê Executivo da Organização para a Libertação da Palestina, a doutora Hanan Ashrawi condenou veementemente a decisão de Israel de sabotar a reunião.

"A negativa de Israel para a entrada de quatro ministros estrangeiros que vinham para participar da reunião do Movimento dos Países Não-Alinhados em Ramalá é uma expressão flagrante de abuso de e uma forma de cerco político", condenou.

"Israel trata a Palestina como um assunto interno e suas tentativas de isolar o povo palestino do resto do mundo enfatiza ainda mais porque precisamos alcançar o status de Estado nas Nações Unidas como um passo para o nosso exercício de autodeterminação e liberdade", afirmou.

Ela ainda acrescentou: "Nós aplaudimos a posição de solidariedade adotada pelos representantes dos outros países do Movimento dos Não Alinhados em resposta à recusa arrogante de Israel em não permitir que diplomatas internacionais tenham acesso a Palestina".

"Israel está constantemente desprezando a comunidade internacional, que cada vez mais se afasta. Esperamos que a rejeição dos países Não alinhados ",considerado como insulto, seja um precedente para que outros Estados sigam e apoiem a independência da Palestina", concluiu Hanan.

Do Portal Vermelho, com agências