Na Argentina piloto dos "Voos da Morte" é condenado à prisão

Em Buenos Aires, a Câmara Federal confirmou nesta segunda-feira (6) o processo e prisão preventiva do ex-tenente Julio Poch, um dos pilotos dos chamados “Voos da Morte” realizados durante a ditadura militar argentina.

Poch tinha levado um pedido de anulação para evitar ser submetido a um julgamento oral e público que foi rechaçado sem maiores considerações, segundo informou a agência de notícias Télam.

Segundo a fonte, os magistrados sustentaram que o aviador participou de um dos objetivos imediatos das Forças Armadas que tomaram o poder em março de 1976: Impor o terror generalizado através da tortura massiva e a eliminação física ou desaparecimento forçado de milhares de pessoas.

Em outubro do ano passado a Câmara Nacional de Apelações no Criminal e Correcional havia confirmado uma resolução judicial que denegava a liberação solicitada pelo extraditado Poch, acusado pelo delito de privação ilegal da liberdade agravada em 29 casos.

Um mês depois, a justiça argentina confirmou o julgamento e ratificou a prisão preventiva de outros cinco implicados nas ações de tortura e morte. De acordo com o fiscal de instrução da causa Operação Condor, Jorge Osorio, o número de ações deste tipo realizadas entre 1976 e 1978, nas quais militantes políticos detidos de forma ilegal eram atirados vivos no mar de aviões, poderia aumentar a 2.700.

Em março, o juiz federal Daniel Rafecas ratificou a existência de elementos “que permitem ter como certo” a realização dos “Voos da Morte” da Brigada Aérea de El Palomar, como parte do plano sistemático de repressão ilegal da ditadura militar.

“Esses voos se realizavam com aeronaves Fokker 27 e Hércules C-130 da Força Aérea Argentina, das quais jogavam no Mar Argentino ou no Rio de la Plata pessoas privadas ilegalmente de sua liberdade, no marco do terrorismo de Estado implantado no dia 24 de março de 1976”, detalhou o juiz.

Com Prensa Latina