Colômbia: Economia e desemprego derrubam popularidade de Santos
Nesta terça-feira (7) o presidente colombiano, Juan Manuel Santos, completa dois anos no poder e vê sua popularidade cair bruscamente diante do crescimento do desemprego, da insegurança e de uma piora no cenário econômico.
Publicado 07/08/2012 15:38

Duas importantes pesquisas de opinião revelam a decepção dos colombianos com a atual gestão. Em um ano, sua popularidade caiu 24 pontos e está em 47%, após ter alcançado um patamar superior a 80%, de acordo com a pesquisa “Colombia Opina”. O nível de rejeição é de 48%. De acordo com outra sondagem, da empresa Datexco, a rejeição do presidente é de 49%.
Uma das justificativas para esta queda é a falta de uma ação concreta para aumentar os níveis de emprego e dar fôlego para a economia, que acompanha a crise dos Estados Unidos e da Europa e teve seu crescimento reduzido de 6% ao ano para menos de 4%.
Para o economista e articulista colombiano Eduardo Sarmiento, o projeto “santista” não conseguiu avançar no lado econômico. “Está claro que, dentre as cinco locomotivas – mineração, agricultura, infraestrutura, moradia e inovação –, ele só conseguiu desenvolver a primeira, e isso devido às administrações anteriores, inclusive de 20 anos atrás”, diz. Conforme argumenta Sarmiento, a Colômbia cresceu como exportador de energia e matérias-primas, mas está sujeita à demanda externa, especialmente a chinesa. Ainda segundo ele, “o que se ganha com a produção da mineração, inclusive sem contar a repatriação de capitais, se perde com a indústria e a agricultura.”
Já sobre o tema da segurança, o que domina o debate é o ressurgimento dos ataques das guerrilhas das FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e ELN (Exército de Libertação Nacional da Colômbia), assim como o surgimento de grupos neo-paramilitares, que afetam a imagem do governo. Tanto que 70% dos colombianos desaprova as políticas do presidente para a segurança pública, e o ministro da Defesa, Juan Carlos Pinzón, tem uma das avaliações mais baixas do Executivo (39%). Santos se defende afirmando que é a percepção da violência foi o que aumentou, mas que, na verdade, o número de crimes diminuiu.
Segundo Clara López, presidente do partido do Pólo Democrático, a deterioração dos temas de segurança é real e vem acontecendo desde antes da chegada de Santos à Presidência: “desde 2008 é constante o aumento dos ataque de guerrilheiros e paramilitares. A política de guerra simplesmente não deu os resultados esperados. Uribe fracassou. Na última etapa de seu mandato já estava claro que a “segurança democrática” não estava funcionando, porém, paradoxalmente, sua popularidade era altíssima. Santos ganhou as eleições montado sobre esse prestígio e agora está pagando o preço.”
Com Ópera Mundi